O futuro presidente, que toma posse no início de janeiro, vai encontrar um Congresso Nacional vivendo momento de redução do número de partidos políticos.
De um total de 30 até as eleições deste ano, o quadro partidário ficou reduzido para 19 agremiações após o pleito e tende a ser ainda menor. Há negociações em curso para fusões ou formação de federações partidárias, como autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nessa situação, encontram-se – União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, Podemos e MDB.
Com o número menor de partidos políticos nas casas do Legislativo, o futuro presidente vai se deparar com o poder real de negociação nos níveis de 2006, após mais do que dobrar em 20 anos.
Para o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), as fusões e federações facilitam o diálogo com o governo, mesma opinião de analistas políticos.
Lula inicia os trabalhos da transição de governo com os desafios de construir ampla base no Congresso. Ele precisa garantir espaço no Orçamento para viabilizar programas prometidos na campanha, definir os nomes do novo ministério e estreitar laços com atores internacionais.
Esses objetivos compõem primeiras missões que terá antes de assumir o cargo. Ele tem prevista para hoje, segunda-feira, reunião com os principais integrantes do grupo que montou para tocar o processo de transição entre governos.
Lula vai compensar a escolha de nomes para o ministério de modo a evitar desfalques na base política do governo, principalmente no Senado.
Pelo menos seis senadores, entre atuais e eleitos, estão na bolsa de apostas para ocupar ministérios do futuro governo. Três deles são considerados peças-chave: Flávio Dino (PSB-MA), Wellington Dias (PT-PI) e Jaques Wagner (PT-BA).
O trio compõe a lista de favoritos de Lula para algumas das funções mais relevantes da Esplanada, como Justiça, Casa Civil, Economia e Defesa. Lula já comentou que um civil volta ao comando do Ministério da Defesa.
Mudanças nas embaixadas
Lula planeja rever as indicações de embaixadores feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Senado. Há pelo menos 15 nomes de embaixadores apresentados formalmente, cujas sabatinas ainda não foram puderam ser marcadas em função da campanha eleitoral que afastou senadores de Brasília.
Com a transição de governo, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, telefonou para o ex-chanceler Celso Amorim, um dos articuladores da equipe petista. A conversa ocorreu na sexta-feira passada.
Combinaram de voltar a conversar na semana que vem. Na pauta, detalhes da transição e dos novos embaixadores a partir da semana que vem, depois que Amorim retomar as atividades, após cirurgia em São Paulo amanhã, terça-feira.