Haverá necessidade de suplementação na proposta de Orçamento, de modo a “garantir os serviços, as obras e o Bolsa-Família de R$ 600”. O alerta foi feito na quinta-feira (03) pelo vice-presidente eleito Geraldo Alkmin (PSB), que coordenará a equipe de transição do governo eleito. A declaração foi dada em entrevista após reunião com o relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO) de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Alckmin disse ainda que a proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto pelo governo Bolsonaro “não está adequada” e que manter obras públicas em andamento “é uma preocupação para o novo governo eleito”. Essa proposta precisa ser votada até 15 de dezembro, antes do tradicional recesso parlamentar de fim de ano.
Marcelo Castro afirmou, na entrevista, que este é o Orçamento mais “restritivo e que traz mais furo da nossa história”, acrescentando que não traz valores para as obras de infraestrutura. Ele disse que a cada ano os recursos para investimento diminuem e citou como exemplo os valores destinados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Segundo ele, trata-se dos mais baixos da história, não assegurando nem mesmo a manutenção da malha rodoviária federal (trechos não concedidos) sob a responsabilidade do órgão.
Na proposta de Orçamento para 2023 foram reservados ao Ministério da Infraestrutura R$ 17,2 bilhões para todas as despesas. Desse valor, em torno de R$ 7 bilhões destinam-se a investimentos. O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, pretende pleitear que os recursos para investimentos sejam de R$ 15 bilhões, para que se possa recuperar as rodovias federais e evitar prejuízos para outros setores, como o agronegócio.