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Haddad aposta na narrativa da Frente Ampla em meio a desafios – Por Carlos Eduardo Borenstein

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A federação Brasil da Esperança – PT, PCdoB e PV – oficializou, nesse sábado (23), o lançamento da candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ao Palácio dos Bandeirantes. Também foi confirmada a candidatura do ex-governador Márcio França (PSB) ao Senado. O nome do vice ainda está indefinido.

O discurso de Haddad teve a nacionalização como marca, dando sinais de qual será sua estratégia. Em seu discurso, o ex-prefeito atacou o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar que “o ocupante do Palácio do Planalto conspira contra nossa democracia e nossa liberdade”.

Fernando Haddad também defendeu a aliança nacional entre o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo (SP) Geraldo Alckmin (PSB), afirmando que “o fato de Alckmin tem sido adversário de Lula durante o período democrático só o engrandece”.

Em sua manifestação, Alckmin também abraçou a estratégia de nacionalização. Segundo ele, “a eleição nacional passa por SP. Não só pelo tamanho do Estado, que tem quase ¼ do eleitorado brasileiro, mas também porque SP é uma caixa de ressonância”.

França, por sua vez, procurou reforçar a ideia da Frente Ampla contra o bolsonarismo ao reconhecer que “nós podemos ter divergências, e nós vamos continuar tendo divergências. Mas a gente não vira inimigo. Ninguém quer dar um tiro no outro por causa disso”.

Apesar de Geraldo Alckmin e Márcio França serem apoios importantes conquistados por Haddad, o PT continua com desafios em SP.

Dois partidos aliados – PSB e PSOL – disputam a vaga de vice. O desejo de Fernando Haddad é ter a ex-senadora Marina Silva (REDE) como parceira de chapa. Além de ser mulher, o que sinalizaria em direção ao eleitorado feminino, Marina, desde as eleições de 2014, é uma forte crítica do PT.

Além de Marina, também aparecem na bolsa de apostas: o ex-prefeito de Campinas (SP) Jonas Donizete (PSB) e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros. No entanto, a escolha de um nome do PSB é pouco provável, já que o partido está representado na chapa por Márcio França.

Por trás dessa disputa entre PSB e PSOL também está a disputa pela Prefeitura de São Paulo (SP) em 2024, quando o líder do Movimento dos Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos (PSOL), que concorrerá a deputado federal, e a deputada Tabata Amaral (PSB), querem disputar a prefeitura mais cobiçada do país.

Boulos conquistou o apoio do PT à sua candidatura, em troca da desistência ao Palácio dos Bandeirantes. Porém, o líder do MTST não tem o apoio do PSB, que sonha com a candidatura de Tabata em 2024.

Independente de quem seja o vice de Haddad, nenhum dos nomes especulados representa um movimento para além da esquerda. Mesmo que Marina Silva e Juliano Medeiros sejam líderes importantes, dialogam apenas com as forças progressistas, que já apoiam Haddad.

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