O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou o requerimento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) com 30 assinaturas, nesta terça-feira (28). Logo em seguida, outra assinatura foi registrada. A CPI, que terá como objetivo investigar possíveis casos de corrupção dentro do Ministério da Educação, voltou à tona após a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro.
Randolfe espera alcançar 32 assinaturas nesta semana, garantindo margem de segurança para evitar que eventuais retiradas de apoio impeçam o funcionamento da CPI.
De acordo com Randolfe, a comissão terá como objetivo dificultar a intervenção do governo na investigação da Polícia Federal. “Desde a semana passada é de conhecimento de todos de que o presidente da República interveio para impedir que a investigação avançasse, em um claro crime de obstrução de investigação e de uso de informações privilegiadas”, disse.
O senador ainda declarou ter recebido informações de que o governo atua para retirar o delegado Bruno Calandrini da investigação. “Em situações normais, não seria preciso uma CPI, mas essa investigação está sob ameaça, sob intervenção do presidente da República e do ministro da Justiça”, declarou.
Para ser instalada, a CPI precisa passar pela aceitação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Análise de Pacheco
O senador Randolfe Rodrigues disse ter conversado com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, sobre a instalação da CPI. Segundo ele, Pacheco garantiu que, se os requisitos forem atendidos, fará a leitura do requerimento em Plenário. “Os requisitos estão aqui. Não há dificuldade na avaliação. É razoável que a oposição e a minoria deem o tempo necessário de análise, mas é razoável acreditar que até quinta-feira (30) o requerimento será lido”, declarou Randolfe.
A expectativa da oposição é que a CPI seja instalada, com a indicação dos membros, na última semana antes do recesso parlamentar, ou na primeira semana de agosto, com a volta dos trabalhos.