O Ministério da Infraestrutura reformulou o setor que trata de ferrovias, a fim de reforçar a área e acelerar os processos envolvendo 80 projetos de autorização ferroviária pedidos no ano passado e que somam expectativas de investimento na casa dos R$ 240 bilhões.
Ismael Trinks, que, como diretor do Departamento de Transporte Ferroviário da Secretaria de Transportes Terrestres do ministério, foi um dos responsáveis pelos projetos de ferrovias autorizadas, assumiu a Superintendência de Transporte Ferroviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O governo espera, com as mudanças, acelerar o andamento dos pedidos de novas ferrovias já aprovados. Dos 80 apresentados, foram autorizados 27, somando R$ 133 bilhões em investimentos. O governo ainda pretende editar nova medida provisória para promover ajustes na MP nº 1.065/21, substituída pela Lei nº 14.273/21, sancionada em dezembro.
Para o Pacífico
O novo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, disse ao Valor de segunda-feira (02) que recebeu a missão de pensar em iniciativas para o setor, caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito. O ministro vê como “viável e realmente transformador” o projeto de ligação ferroviária com o Oceano Pacífico.
Disse que o assunto “veio e voltou” várias vezes em 15 anos no ministério (Sampaio é funcionário público de carreira, desde os tempos do Ministério dos Transportes). A ferrovia começaria em Mato Grosso do Sul e passaria pelo Paraguai até chegar ao Chile.
“Do meu ponto de vista, é o caminho mais interessante, mais viável. Talvez até mesmo Itaipu pudesse entrar (no financiamento). Já temos usado recursos de Itaipu para construir a segunda ponte de Foz do Iguaçu e financiar diversos projetos rodoviários no Paraná”, declarou.