Após o Presidente Jair Bolsonaro sinalizar que o general Braga Netto irá compor a chapa como seu vice, a filiação do atual ministro da Defesa passou a ser alvo de especulações. Nos bastidores, o PL é tido como a mais provável sigla do atual cotado para vice. A possibilidade ganha ainda mais força já que partidos que formam a base do governo, como PP e Republicanos, não receberam até o momento indicação de que podem abrigar o general. Se as previsões se concretizarem, será formada uma chapa pura, exceção na política, já que Bolsonaro também integra o PL.
Embora compor o palanque presidencial dê visibilidade, os partidos estão preocupados mesmo é em filiar puxadores de voto, já que são eles os responsáveis por engrossar as bancadas e, com isso, dar mais poder ao partido na relação com o governo. Levando isso em consideração, o Republicanos continua em desvantagem. Desde que foi aberta a janela partidária, o partido ganhou 8 deputados, enquanto o PL filiou 25, e o PP recebeu 5. Embora tenha recebido o menor número de deputados, o Partido Progressista tem em seu quadro o presidente da Câmara e o ministro da Casa Civil, ambos protagonistas no governo. Enquanto Arthur Lira define a pauta da Casa, dá prioridade a matérias de interesse do Planalto e tem grande influência no orçamento secreto, Ciro Nogueira é considerado o único superministro da Esplanada e passou a ter responsabilidade sobre a destinação do orçamento da União, esvaziando poderes da equipe econômica.
Até o fim da janela partidária as legendas estarão concentradas em filiar o máximo de parlamentares possível. Neste quesito, além de já ter a maior bancada da Câmara, o PL tem também puxadores de voto determinantes, como o filho do presidente Eduardo Bolsonaro, o mais bem votado deputado da história com mais de 1,8 milhão de votos.
Não à toa, a principal pauta que circula entre os parlamentares, no momento, não se trata de PLs ou MPs mas, sim, da tão falada janela partidária e suas consequências.