Pelos cálculos do ONS, o Brasil vai precisar investir R$ 23,9 bilhões no segmento de transmissão até 2026. Desse total, R$ 16,3 bilhões correspondem a novas obras. Tais dados constam do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (SIN), que leva em conta a projeção do ONS de crescimento da demanda de energia de 20% em 2026, em comparação com a demanda máxima registrada em 2020.
O valor estimado de novos investimentos reflete a necessidade de construção de 7.951 quilômetros de novas linhas de transmissão – um crescimento de 4,3% em relação à rede existente e outorgada ao setor privado. A estimativa inclui mais de 20 mil megavolt ampère (MVA) de acréscimo em capacidade de transformação em subestações, um crescimento de 4,5% em relação à potência nominal instalada.
Minas Gerais deve ser o estado a receber o maior volume de investimentos no período, num total de R$ 9,9 bilhões, seguido por Santa Catarina e São Paulo. Mas o alerta: o crescimento da geração de energia renovável no país, em rápido processo de expansão, pode resultar nos próximos anos em restrições de escoamento da energia gerada no Nordeste para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste.
A maior expansão deverá ocorrer com as usinas de geração eólica e solar fotovoltaica, principalmente esta última. A projeção é que a fonte solar saia da atual participação de 2,6% na matriz elétrica e atinja 4,8%, alcançando uma capacidade instalada de 9,2 GW até o fim de 2025. A capacidade instalada de geração renovável em 2026 deve situar-se em 52,4 GW, pela previsão do ONS.
De acordo com o estudo, a falta de sincronia entre a entrada dos projetos de transmissão e de geração pode levar a uma sobra de potência de 5,5 GW no Norte e no Nordeste que poderia ser exportada para outras regiões.