A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia (ME) publicou na última quarta-feira (16) o primeiro Relatório Anual do Comércio Exterior Brasileiro de Serviços. O boletim analisa detalhadamente o comércio de serviços no ano de 2020, discriminando as principais origens das importações, destinos das exportações e tipos de serviços comercializados, além de apresentar uma seção dedicada à dinâmica do segmento desde 2005.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, o documento será uma publicação anual da Secex, com o objetivo de apresentar de maneira simples e acessível para a sociedade as informações do comércio exterior brasileiro de serviços, estabelecendo também um espaço para fomento de debate e discussão sobre o setor.
Ferraz explica que o setor de serviços, além de ser importante para a geração de renda no país, representando cerca de 70% do PIB, tem se tornado cada vez mais relevante para a competitividade de outros setores da economia, como a indústria.
O estudo aponta que o ano de 2020 foi marcado pelos efeitos negativos da pandemia sobre a economia e o comércio internacional, causando impactos tanto na oferta quanto na demanda mundial. De acordo com os dados apresentados, as exportações brasileiras de serviços apresentaram redução de 17% em relação a 2019, caindo de US$ 34,5 bilhões para US$ 28,5 bilhões em 2020. As importações brasileiras de serviços apresentaram redução de 30,2%: foram de US$ 69,4 bilhões em 2019 para um total de US$ 48,4 bilhões em 2020. (Veja gráfico ao final do texto)
O subsetor com a maior participação na exportação de 2020 foi o de “outros serviços de negócio, inclusive arquitetura e engenharia”, com com participação 47,3%. O recorte desse setor inclui serviços profissionais e técnicos, além de arquitetura e engenharia, consultorias e gerenciamento, pesquisa e desenvolvimento, serviços relacionados à distribuição de água e energia, serviços relacionados à agricultura e mineração e quaisquer outros serviços que não se enquadrem em outras categorias.
Em seguida vem o setor de transportes, com 17,8%; viagens, com 10,7%; telecomunicações, computação e informações, com 8,9%; serviços de manutenção e reparo, com 4,2%.
Setor de viagens perde espaço
Já a importação de serviços deve-se, em sua maioria, ao aluguel de equipamentos, que representou 24,4% dos serviços contratados no exterior a partir do Brasil em 2020. Em seguida vem a categoria chamada de “outros serviços de negócio”, que inclui arquitetura e engenharia, com 19,3%; transportes, com 15,7%; telecomunicação, computação e informações, com 12,5%; e viagens, com 11,1%.
O setor de viagens é historicamente o mais relevante na importação e chegou a representar 30% do total de despesas em 2013. Em 2014, essa despesa ficou praticamente estável, com o baixo crescimento do PIB, e passou a cair mais fortemente em 2015 e 2016, com a crise econômica e queda da renda nacional.