Entre 1994 e 2014, o PSDB sempre apresentou desempenho relevante na sucessão presidencial. Venceu duas eleições em primeiro turno (1994 e 1998) e foi para o segundo turno nas demais (2002, 2006, 2010 e 2014). Mas, em 2018, teve seu pior desempenho: Geraldo Alckmin (SP), mesmo com a maior aliança e mais tempo de televisão, ficou apenas em 4º lugar, com 4,76% dos votos válidos.
O PT, desde 1989, tem votação importante na eleição presidencial, tendo ido para o segundo turno naquele ano. Embora tenha perdido para Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, ficou em segundo lugar, com uma boa votação. Venceu em 2002, 2006, 2010 e 2014. E, mesmo perdendo em 2018, foi para o segundo turno.
O PT, porém, vem perdendo espaço político. Na eleição municipal de 2016, a legenda caiu 59% em número de prefeituras. Neste ano, a queda foi de 32,5%.
Na prefeitura de São Paulo, de 1988 até 2012, a menor votação que o partido registrou foi de 22,83% dos votos válidos, em 1996. Em 2016, o então candidato Fernando Haddad obteve apenas 16,70%. No primeiro turno deste ano, Jilmar Tatto ficou com 8,65%. O espaço perdido pelo PT foi ocupado por Guilherme Boulos (PSOL), que angariou 20,24% dos votos válidos.
O PT vem perdendo posição também no ranking dos partidos com maior número de prefeitos no país. Neste ano, não aparece entre os dez primeiros. Mas há outros dois partidos de esquerda: PDT e PSB.
Saiba mais:
- Nas capitais, PT perde espaço para outras siglas da esquerda – Análise Arko
- Esquerda teve retração de 42% no número de prefeitos eleitos em primeiro turno
O desgaste que o PT vem enfrentando nos últimos anos e o fato de não ter um sucessor natural ao ex-presidente Lula podem reforçar a perda de espaço para outros partidos de esquerda, como PDT, PCdoB e PSOL. No PDT, o ex-ministro Ciro Gomes revela interesse em tentar mais uma vez o Palácio do Planalto. No PCdoB, o governador Flávio Dino é uma opção. No PSOL, Boulos, que deve perder a disputa pela prefeitura para o PSDB, deve sair novamente candidato.
Caso o PT não consiga reunir outras legendas de esquerda em torno de si e/ou encontrar uma nova narrativa para 2022, poderá amargar resultado semelhante ao do PSDB em 2018.
*Análise Arko – Esta coluna é dedicada a notas de análise do cenário político produzidas por especialistas da Arko Advice. Tanto as avaliações como as informações exclusivas são enviadas primeiro aos assinantes. www.arkoadvice.com.br