Quando o presidente Jair Bolsonaro vai perdendo correligionários de primeira hora por conta de suas posições sanitárias, surgem aliados improváveis, mas autênticos, contra o isolamento social
Itamar Garcez *
Quem disse que o presidente Jair Bolsonaro está rumando para o isolamento político devido à perda de aliados? Que as ideias do presidente, como a do confinamento para enfrentar a covid-19, são estapafúrdias?
Basta assistir às lives e ler as postagens de um dos partidos mais antigos do Brasil para perceber que isto não é verdade. O PCO, partido da chamada esquerda revolucionária, está alinhado ao bolsonarismo na crise sanitária que assola o planeta. Sem exigir cargos.
O líder máximo e plenipotenciário do PCO, Rui Costa, tem um veredito sobre o isolamento social. “Certamente não vai dar certo isso daí”, previu ele numa live de 21 de março último. [https://www.youtube.com/watch?v=Ggann8bIDvc&feature=youtu.be]
As motivações do líder revolucionário podem não coincidir totalmente com as de Bolsonaro, mas o efeito é o mesmo. “O confinamento é uma política cega e que só serve à burguesia e à classe média”, aponta o PCO. [https://www.youtube.com/watch?v=Ggann8bIDvc&feature=youtu.be]
Apenas um alinhamento circunstancial? Não.
Tal qual o capitão-mor, o PCO também é contra o desarmamento. “O PCO defende o armamento do povo como parte dos direitos democráticos da população e como um modo de autodefesa da população contra os ataques da burguesia aos seus direitos”, posicionou-se a Causa Operária em seu site oficial.
O PCO ainda não tem representantes no Congresso Nacional. Mas uma aliança Bolsonaro-Pimenta poderá engrossar as manifestações populares nas ruas contra o confinamento. Tão logo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, libere os protestos ou seja demitido – o que vier primeiro.
* Itamar Garcez é jornalista