Previstas para serem divulgadas nesta quarta-feira (25), as demonstrações financeiras de 2019 da Eletrobras poderão vir acompanhadas do plano de negócios da empresa para o período 2020-2024.
No fim do ano passado, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, sinalizou que a estimativa do volume de investimentos para 2020 girava entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Mas esse teto pode ser alterado se o Congresso aprovar a capitalização da estatal. Nesse caso, o total no quadriênio seria de R$ 30,1 bilhões.
A divulgação do plano de negócios plurianual no fim do ano passado foi adiada justamente por conta das incertezas quanto à aprovação pelo Congresso do projeto de lei relativo à capitalização e privatização da companhia. O assunto é prioridade para o Ministério da Economia, mas a proposta nem sequer começou a tramitar na Câmara, onde uma Comissão Especial ainda precisa ser constituída para discutir a questão.
Da lista divulgada pelo ministério para aprovação do Congresso com 19 projetos considerados estratégicos para o governo consta o PL da capitalização da estatal. O tema gerou discussão entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder do governo na Casa, Major Vitor Hugo (PSL-GO), durante a reunião de líderes realizada na tarde de terça-feira passada.
O bate-boca começou quando Major Vitor Hugo pediu a palavra e tentou conduzir a conversa para as reformas e a privatização da Eletrobras. Referindo-se à pandemia do novo coronavírus, Maia alertou que o governo não deveria tentar empurrar a privatização “em um momento como este”. Afirmou, ainda, que os deputados não arriscarão a vida da população à custa do Congresso. O projeto continua sem avançar.
O Ministério da Economia argumenta dizendo que os investimentos da Eletrobras precisam ser bancados por recursos privados obtidos no processo de capitalização da companhia. Nesse processo, o governo perderia o controle acionário da empresa.