Na semana passada, Murillo de Aragão, analista político da Arko Advice, afirmou na CNN que o Brasil já estava vivendo um colapso federativo por conta das decisões desarticuladas entre os governos estaduais e o governo federal, no tocante ao enfrentamento do novo coronavírus. E também devido à ausência de uma linha direta de entendimento entre a União e os estados.
Evidentemente, não há condição de se enfrentar de forma adequada uma epidemia sem um diálogo intenso e permanente do governo federal com os governos estaduais. Sem consenso, as medidas tomadas poderão ser contraditórias e, entre outros fatores, causar, por exemplo, desabastecimento.
Um passo essencial para o bom combate é a abertura de canais de comunicação entre o governo federal e os governos estaduais. O Senado, Casa dos estados, deve atuar nesse sentido, bem como o Supremo Tribunal Federal, onde seu presidente, o ministro Dias Toffoli, tem sido incansável em promover conversas institucionais.
Nesta semana, esperamos que a comunicação entre as esferas da União seja mais intensa e produtiva. Mas ainda não é certo se teremos um encontro simbólico, ainda que por videoconferência, entre o presidente da República e os governadores para dar uma mostra da necessária unidade à nação neste momento.