A Petrobras informou na quinta-feira passada que iniciou o primeiro teste de longo prazo de produção de petróleo e gás nas áreas descobertas na Bacia de Sergipe-Alagoas, no Nordeste, conhecidas no mercado como “reservas gigantes”. Trata-se da mais promissora fronteira exploratória após a descoberta do pré-sal.
Os testes terão duração de 180 dias e visam coletar informações sobre os reservatórios em águas ultraprofundas encontrados a partir de 2012, em projeto no qual a Petrobras tem parceria com o consórcio indiano IBV Brasil Petróleo.
Essas descobertas criaram expectativa de negócios e de receita para a região, que já produz petróleo há mais de meio século. Mas a atividade de extração convive hoje com o declínio dos campos antigos e a falta de interesse da Petrobras pela exploração em terra, onde se desenvolve a maior parte da atividade.
Com grande potencial para a produção de gás, a nova área é vista também pelo governo como um possível impulsionador do chamado “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo a Petrobras, na fase de teste serão produzidos 7 mil barris de petróleo e 500 mil m3 de gás por dia, por meio de poços interligados a um navio-plataforma. O primeiro poço do projeto situa-se no mar a 2.500 metros de profundidade. É o mais profundo que a empresa já colocou em operação no país.
Será também o primeiro teste de produção em águas ultraprofundas no Nordeste. Em nota divulgada pela Petrobras, os técnicos afirmam que “os testes são importantes para comprovar a qualidade dos reservatórios e definir os futuros projetos de desenvolvimento da produção”.
As reservas contêm petróleo leve, com melhor cotação no mercado internacional. As descobertas atraíram o interesse da americana ExxonMobil, que adquiriu nove blocos exploratórios na Bacia de Sergipe-Alagoas nos últimos leilões. A estatal tem até o fim de 2020 para confirmar a comercialidade das três descobertas na região.
Bacia do Amazonas
Empresas petrolíferas têm pressionado a Agência Nacional do Petróleo (ANP) a reincluir áreas exploratórias da Bacia do Amazonas no edital da oferta permanente, um modelo de licitação que mantém a oferta contínua de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural.
A retirada dessas áreas se deu após questionamento do Ministério Público Federal, em março de 2019, acerca da existência de terras indígenas na região e da ausência de manifestação sobre o assunto por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai). Os defensores da reinclusão negam que haja sobreposição nas áreas.