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O pragmatismo de Doria

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Num indício que a operação da Polícia Militar (PM) no baile funk em Paraisópolis, deixando um saldo negativo de nove adolescentes mortos, continua desgastando a imagem do governador João Doria (PSDB) na área da segurança pública, na semana passada 38 policiais que participaram daquela ação foram afastados.

A decisão de Doria ocorreu após um pedido feito por familiares de vítimas durante reunião no Palácio dos Bandeirantes.

Pesou na decisão do governador os relatos de familiares das vítimas a respeito dos supostos erros na operação do começo ao fim, contradizendo a versão apresentada pelo comando da PM.

O afastamento dos policiais desagradou parte da cúpula da PM, que acredita que a ação possa ter sido legítima, e que apenas uma investigação da Corregedoria pode afastar essa certeza. O temor é que essa decisão possa criminalizar os policiais antes do final das investigações.

A mudança de posição de João Doria ocorreu após uma semana de relatos sobre a violência policial em bailes funk em São Paulo e protestos contra abusos.

Doria costuma seguir os movimentos da opinião pública em suas decisões. Assim, diante da repercussão negativa provocada pela morte dos adolescentes na Paraisópolis, mudou seu posicionamento inicial para tentar minimizar o desgaste causado pela ação da PM.

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