Briga com partido prejudica votações das pautas do Planalto no Congresso e pode ter impacto na CPMI das Fake News
Ao dar as costas para o PSL, seu partido, o presidente Jair Bolsonaro transformou o Congresso em um campo minado. Os flancos abertos vão além da votação de propostas que têm impacto fiscal, como as mudanças na Previdência dos militares e a reforma administrativa, e resultam em riscos políticos, como a condução dos trabalhos da CPMI das Fake News.
A briga com o PSL ainda abre caminho para o grupo conhecido como centrão — composto por partidos como PSD, PP, PL, Solidariedade e Podemos — ampliar sua força política e, consequentemente, ditar os rumos de pautas do governo no Legislativo.
Para além dos votos de cada parlamentar do PSL, que tem a segunda maior bancada da Câmara, com 53 deputados, o governo precisa de uma base forte para a articulação política em favor de seus interesses e contra investidas de adversários. Pressionar pela inclusão de seus projetos na pauta de votações é uma das tarefas dos defensores do governo no Congresso. Outro exemplo é a costura de acordos políticos para evitar a convocação de ministros e pessoas próximas a Bolsonaro. O presidente, porém, conflagrou uma guerra com o PSL se queixando publicamente de Luciano Bivar, presidente da sigla. A bancada do partido na Câmara se dividiu entre apoiadores dos dois.