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Condenação de Lula aumenta imprevisibilidade em 2018

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A decisão do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente Lula (PT) a nove anos e seis meses de prisão no caso do tríplex no Guarujá (SP) deixa a sucessão de 2018 ainda mais imprevisível.

Considerando o primeiro cenário, com Lula na disputa, ele poderá ser candidato caso não haja condenação em segunda instância antes do dia 15 de agosto. Porém, o ex-presidente ficaria fragilizado, já que seus adversários irão explorar o fato de que se o ex-presidente vencer a eleição, poderá não assumir em função de uma futura condenação em segunda instância.

Estratégia de vitimização

Mesmo que Lula não perca intenção de voto neste momento, a condenação em primeira instância pode aumentar a rejeição ao ex-presidente. Outra variável desse cenário é que, mesmo com Lula fragilizado, sua eventual candidatura manteria o cenário político bastante radicalizado, pois o ex-presidente apostaria no chamado “giro à esquerda”, além de utilizar a narrativa de que é “vítima tanto do Poder Judiciário quanto das elites”.

A presença de Lula no tabuleiro com esse discurso levaria os potenciais concorrentes mais à direita, como o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) a radicalizarem sua narrativa de forma a explorar o sentimento “anti-Lula”.

Nesse cenário, candidaturas de centro-esquerda, como a da ex-senadora Marina Silva (REDE) e a do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) encontrariam dificuldades de deslanchar, pois Lula concentraria o voto de esquerda e centro-esquerda. Num cenário de radicalização, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que aposta num discurso mais conciliatório, também teria dificuldades de se posicionar.

Marina x Ciro e Bolsonaro x Doria

No segundo cenário possível de 2018, com Lula fora da disputa, a imprevisibilidade seria ainda maior. Sem a presença do ex-presidente, Marina e Ciro disputariam o voto de centro-esquerda. Segundo o último Datafolha, realizado em junho deste ano, Marina se beneficiaria nesse cenário, assumindo a liderança.

Sem Lula, Bolsonaro continua bem posicionado, assim como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa e João Doria. Como no cenário com Lula, Bolsonaro e Doria disputam o voto de centro-direita. Porém, vale registrar que Barbosa é uma peça importante para composições. Aliás, não por acaso Marina já cogitou seu nome como potencial parceiro de chapa.

Na ausência de Lula, teoricamente Marina ou Ciro disputariam uma vaga no segundo turno contra Bolsonaro ou Doria. Porém, dada a pulverização desse cenário, até mesmo um embate entre duas alternativas de centro-direita não deve ser descartado, assim como o surgimento de um “outsider” que ainda não figura nas pesquisas como opção de poder.

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