Início » Sinal de alerta para meta fiscal

Sinal de alerta para meta fiscal

A+A-
Reset


A falta de recursos para emissão de passaportes pela Polícia Federal e para ações da Polícia Rodoviária Federal expôs a crise de caixa do governo. Com arrecadação em baixa, a equipe econômica tem buscado alternativas para garantir receitas extraordinárias.

Apesar do pessimismo de analistas econômicos e do anúncio do maior déficit fiscal da história para o mês de maio, a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, disse que o governo conseguirá cumprir a meta fiscal estipulada para o ano, o que significa dizer que não ultrapassará os R$ 139 bilhões de rombo nas contas públicas.

Entre as verbas extras que a área econômica garimpa para melhorar o resultado fiscal está o recolhimento dos valores para pagamentos de precatórios não sacados pelos credores no prazo de dois anos. A autorização para o uso desse dinheiro foi aprovada na semana passada no Senado. O projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso, que tramitou em tempo recorde, foi sancionado no dia posterior à aprovação. A estimativa é de que a medida disponibilize até R$ 8,6 bilhões.

Reoneração da folha de pagamento

Outra iniciativa legislativa para fazer caixa rapidamente é a MP nº 774/17, que retira o benefício de desoneração de vários setores da economia. A proposta visa retomar a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre a folha de pagamentos das empresas em lugar da incidência de alíquotas reduzidas sobre a receita bruta, tal qual ocorre hoje em mais de 50 setores.

A matéria foi aprovada em Comissão Mista do Congresso com previsão de cobrança sob a nova sistemática só a partir do próximo ano. O governo quer antecipar a mudança para tentar aumentar a arrecadação já em 2017. A MP será votada esta semana na Câmara e essa tarefa é das mais complicadas.

Aumento de impostos

Além desses itens, o aumento de impostos também está no radar. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que, se necessário, elevaria tributos para cumprir a meta. O governo, enfraquecido em função da crise em torno do presidente Michel Temer, tem consciência que o Congresso dificilmente aprovará aumento de carga tributária. Por isso estuda a possibilidade de reajustar impostos que não necessitam de autorização legislativa e podem ser feitos via decreto. É o caso do PIS-Cofins e da Cide sobre os combustíveis. No primeiro caso, a majoração ocorre de imediato. Já no segundo, deve-se cumprir uma noventena (prazo de três meses para entrar em vigor).

O fato é que as previsões não são boas e caso o governo perceba que não conseguirá ficar dentro do limite de déficit estabelecido, a saída será rever a meta fiscal. Para isso, é preciso enviar um projeto de lei ao Congresso para alterar a LDO 2017 propondo uma meta mais ampla. Ou seja, um rombo ainda maior.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais