O Partido Progressista (PP), dono de uma bancada com 48 deputados federais, realiza reunião, na quarta-feira (30), com seu presidente nacional, o senador Ciro Nogueira (PB), para acertar o desembarque oficial da base aliada da presidente Dilma Rousseff.
No Palácio do Planalto, o clima é de apreensão. A decisão será tomada na sequência de outra data crucial para as pretensões de Dilma salvar o mandato presidencial: o rompimento do maior partido do Congresso, o PMDB.
Mesmo reconhecendo a divisão dentro da bancada do PP na Câmara, cuja maioria, na prática, já vota contra os projetos de interesse do Planalto, ministros de Dilma acreditam que a saída terá um efeito dominó, fazendo com que outros partidos aliados decidam pelo rompimento.
Provando do próprio veneno
O Partido dos Trabalhadores (PT) vem provando do remédio amargo que aplicou em governos passados, como no caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Caciques petistas acreditam que a pressão das ruas dificultam as negociações na Câmara em relação ao impeachment de Dilma Rousseff. Só não sabem como combater a insatisfação da sociedade, que rejeita cada vez mais o governo Dilma. Recente pesquisa do Instituto Datafolha aponta que apenas 10% consideram o governo ótimo ou bom. O porcentual dos que avaliam como ruim ou péssimo chega a 69% dos entrevistados.
Perdendo a esperança
O Palácio do Planalto considera que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não terá força para segurar o apoio do PMDB ao governo Dilma. Por causa do governador de Alagoas, Renan Filho, o presidente do Senado tenta evitar que seu partido rompa com Dilma. Acontece que os diretórios estaduais, um a um, começam a desembarque do governo. Renan pouco pode fazer.