A reconstrução do aeroporto de Porto Alegre (RS) virou um embate entre lideranças locais e o governo federal. O impasse ocorreu após um pedido da concessionária do aeroporto, a Fraport, por um repasse de R$360 milhões da União para reestruturar as operações. Após as enchentes na capital gaúcha, será preciso reformar e recuperar a infraestrutura do local.
De acordo com a empresa, o montante é necessário para a compra de equipamentos. Além disso, há reparos na manutenção do sistema elétrico e da própria pista de decolagem e pouso. Se não houver repasse, a administradora do terminal planeja devolver a concessão à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
No sul, os parlamentares gaúchos defensores do repasse à concessionária questionam as prioridades do governo federal na ajuda ao estado. Com a recusa para auxiliar na reconstrução do aeroporto, a oposição ao governo questiona a necessidade do leilão de arroz para abastecer o mercado. Anteriormente às cheias, os agricultores colheram 85% do cereal.
Em comparação com o valor gasto no leilão de arroz, o montante para reconstrução do aeroporto é 30% menor. O leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) custou aos cofres públicos R$1,3 bilhões. Assim, os parlamentares argumentam que parte desses recursos deveriam compor o repasse para a Fraport reconstruir o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.
Limpeza do aeroporto
Apesar de ainda não estar em funcionamento normal, o terminal de cargas do aeroporto voltou a abrir na terça-feira (11). No local, passam malas postais e cargas. A Fraport informou que o terminal opera apenas para acesso de veículos, visto que há uma suspensão por tempo indeterminado dos voos.
Além do terminal de cargas, até domingo (16), a Fraport deve finalizar a limpeza no terminal de passageiros, na pista de pouso e decolagem e na área de manobra das aeronaves. Ainda assim, resta a higienização das áreas técnicas, como área de manejo de bagagens e centrais de dados.
Apesar da limpeza nesses locais, não há definição de data para reabertura do aeroporto. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o alagamento da pista exige uma análise de suas condições por um prazo de até 45 dias.
Com informações de G1