Respeitada como técnica, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, está muito desgastada no governo. Primeiro pela pálida atuação na questão da dengue. Depois, houve suspeita de favorecimento às prefeituras do universo petista na distribuição de verbas. O que irritou o Centrão no Congresso Nacional. Agora, surge mais um problema.
Incluídas no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2019, as insulinas análogas de ação prolongada, semelhantes às insulinas humanas recomendadas para o tratamento do diabetes Mellitus tipo 1, não estão disponíveis devido aos problemas de aquisição na pasta. Parece que não há verbas disponíveis. O que é inadmissível pelo fato de que o tratamento não pode ser interrompido.
Para exigir uma resposta eficaz do governo e tentar resolver um problema que afeta milhares de brasileiros, a Coalizão Vozes do Advocacy, que reúne 26 organizações de diabetes no país, lançou a campanha “Cadê a minha insulina”. De acordo com o levanta mento do Atlas da Federação Internacional de Diabetes, cerca de 16 milhões de brasileiros possuem diabetes. Contudo, aproximadamente 10% desse número são acometidos pela diabetes tipo 1.
O grupo também pede uma solução acerca do desperdício desse medicamento que possui ação rápida. O Ministério da Saúde forneceu essa insulina por meio do Componente Especializado, um sistema que exige vários procedimentos burocráticos para obtenção, como consultas com endocrinologistas, bem como retirada em locais específicos. Essa trâmite levou ao descarte de canetas de insulina. De acordo com membros da Coalizão, em 2021, esse número varia entre 900 mil e 1,4 milhão.