Dívida bruta é um indicador fundamental para avaliar a saúde financeira de um país ou de uma empresa. Ela representa a soma de todos os compromissos financeiros ainda não pagos, incluindo dívidas de curto e longo prazo. Em outras palavras, é o acumulado das dívidas que o Estado contraiu ao longo do tempo e que ainda precisam ser quitadas. A dívida de curto prazo é aquela com vencimento em até um ano, enquanto a dívida de longo prazo tem vencimento superior a um ano.
O aumento do endividamento público pode trazer graves consequências para a economia e a sociedade. Isso porque muitos investidores, sejam pessoas físicas ou empresas, aplicam suas poupanças em títulos públicos, que servem como garantia para diversos tipos de investimentos. Quando o governo precisa aumentar suas dívidas, o valor desses títulos tende a cair, forçando o Estado a oferecer taxas de juros mais altas para atrair investidores. Isso pode ter um efeito dominó, tornando o custo do crédito mais caro para todos.
A relação dívida/PIB é um dos principais indicadores usados por investidores estrangeiros para avaliar a estabilidade econômica de um país. Quando essa relação aumenta, como tem ocorrido recentemente, o interesse dos investidores estrangeiros pelo Brasil tende a diminuir. Isso pode levar à saída de capital estrangeiro. Além disso, impactar a taxa de câmbio e resultar na desvalorização do real. Uma moeda mais fraca pode aumentar a inflação e reduzir o poder de compra dos brasileiros.
Relação entre dívida bruta e PIB
A situação fiscal no Brasil é preocupante. A combinação de queda na arrecadação e aumento nas despesas transformou os superávit primários em déficits crescentes, levando o governo a contrair mais dívidas. Como o PIB não cresce na mesma proporção, a relação entre dívida bruta e PIB pode seguir uma trajetória explosiva, colocando em risco a estabilidade financeira do país. Isso também desestimula o investimento estrangeiro e ameaça a poupança doméstica, criando um círculo vicioso de endividamento e instabilidade econômica.