A inflação do país deve encerrar este ano em 4,6%, e a chance de que o índice estoure a meta caiu de 67% para 17%. Os dados são medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados nesta quinta-feira (21) pelo relatório de inflação do terceiro trimestre do Banco Central (BC).
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– Em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, a redução significativa da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta para 2023 (4,75%) que passou de cerca de 67% no relatório anterior para 17% neste relatório. Essa alteração reflete a queda na projeção para 2023 (de 5,0% para 4,6%) e a redução da incerteza associada a um horizonte mais curto de projeção – explica o texto.
Economia externa
Na avaliação do BC, o ambiente externo segue volátil, mas com movimentos expressivos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos. Em primeiro lugar subindo, entretanto, recuando recentemente e com os núcleos de inflação permanecendo em níveis elevados em diversos países.
O BC explica que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação. Assim, o objetivo é colocar as suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho e que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
O relatório também explica a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano (a.a.). Além disso, nele diz que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024, bem como o de 2025.
– Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões. Assim, eles avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária. Em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos – diz o relatório.
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Cenário doméstico
No cenário doméstico, a perspectiva é de um arrefecimento no crescimento no terceiro trimestre, com crescimento de 0,1%, após forte alta no trimestre anterior. Mesmo assim, o banco destacou que esse crescimento foi ligeiramente maior que o esperado.
– Destaca-se a alta do consumo das famílias, especialmente de serviços e bens de consumo não duráveis. Por outro lado, os investimentos têm recuado há quatro trimestres. A balança comercial deve apresentar saldo recorde em 2023, contribuindo para déficit em transações correntes moderado – o diz o relatório.
PIB
O banco também revisou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) aumentando de 2,9% para 3%, este ano. Para 2024, a previsão passou de 1,8% para 1,7%.
– O cenário prospectivo inclui aumento do ritmo de crescimento ao longo do próximo ano. Prevê moderação do consumo das famílias, retomada dos investimentos, e manutenção de um balanço favorável nas contas externas – diz o documento.