O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,57% em abril, segundo informou o IBGE na manhã desta quarta-feira.
O índice desacelerou em comparação a março, quando ficou em 0,69%. Em abril de 2022, o IPCA-15 foi de 1,73%. Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,16% na janela de 12 meses.
A taxa também mostra redução em relação aos 5,36% anotados no mês passado. Com o resultado deste mês, o índice anual entrou no intervalo das metas de inflação do país, fixado pelo Banco Central.
A meta é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O índice é um dos parâmetros usados pelo BC para definir a taxa básica de juros do país (Selic), decidida em reuniões mensais do Comitê de Política Monetária (Copom).
Apesar do recuo, a expectativa de economistas é de retomada da inflação no segundo semestre. A estimativa de inflação em 2023 está em 6,04%, acima do teto da meta, segundo o Boletim Focus do Banco Central desta semana.
Os nove grupos pesquisados pelo IBGE registraram alta no mês, com maior variação vinda do grupo de Transportes (1,44%). O resultado ainda é consequência do aumento nos preços da gasolina (3,47%), depois da reoneração dos impostos federais em cima do combustível, cujo impacto vem desde março.
Ao comparecer ontem, terça-feira, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que o crescimento sustentável do país, com o controle da inflação, não depende de “mágica” nem de “bala de prata”, mas de disciplina das contas públicas.
“É muito importante a gente entender que não tem mágica no fiscal, infelizmente não tem bala de prata. Se a gente não tiver as contas em dia, se não tiver uma perspectiva, a gente não consegue melhorar”, afirmou.
Em defesa de seu argumento, Campos Neto citou o recente exemplo o Reino Unido, que culminou com a renúncia recente da primeira-ministra Liz Truss. Ela propôs um programa econômico de corte de impostos e aumento dos gastos públicos. A reação foi negativa e ela renunciou ao cargo 45 dias após ter sido nomeada.
Juros de 430,5%
A taxa média de juros cobrada pelos bancos no rotativo do cartão de crédito atingiu em março 430,5% ao ano, o maior patamar em seis anos, conforme dados divulgados hoje pelo Banco Central.
Essa taxa representa alta de 13,1 pontos percentuais na comparação com fevereiro, quando o juro estava em 417,4% ao ano. Em março de 2017, a taxa da modalidade era de 490,3% ao ano.
Essa é a linha de crédito mais cara do mercado, recomendada por especialistas apenas em casos emergenciais.