A economia brasileira fechou o ano de 2022 com crescimento acumulado de 2,9%, conforme dados do PIB divulgados ontem, quinta-feira, pelo IBGE. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 3%.
No recorte do quarto trimestre de 2022, o PIB ficou negativo após cinco avanços consecutivos. O recuo foi de 0,2% em relação aos três meses imediatamente anteriores, o que reflete um cenário de desaceleração da atividade econômica. A perda de ritmo era aguardada por analistas em razão do efeito defasado da elevação dos juros.
Em evento de lançamento do novo programa Bolsa Família, Lula disse que a economia não cresceu “nada” no último trimestre. “Hoje foram publicados os dados do último trimestre do ano passado. Nosso desafio é fazer a economia voltar a crescer. Não vamos permitir obras paralisadas. Estradas, pontes, ferrovias. Essas obras têm que continuar”, afirmou.
A variação negativa dos dados divulgados pelo IBGE veio em linha com as projeções de economistas, que também apontavam baixa de 0,2%. Após divulgado o resultado do PIB, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não considera eventual cenário de recessão na economia brasileira.
Ele, porém, reafirmou sua preocupação com a taxa de juros em patamar elevado e o efeito de desaceleração na atividade econômica. “Estamos em uma curva descendente agora e todo desafio do Ministério da Fazenda é reverter este quadro e promover uma curva ascendente no crescimento do PIB. Não estamos trabalhando com perspectiva de recessão, mas evidentemente a manutenção desse patamar nas taxas de juros desencadeia uma desaceleração da economia”.
O Ministério da Fazenda avaliou que o cenário externo e a taxa de juros em patamar elevado foram os principais fatores para a desaceleração da atividade econômica, sobretudo partir do segundo semestre do ano passado. Em nota, o ministério também aponta que a “rigidez” da política monetária será fator negativo para o PIB de 2023.