O Conselho Monetário Nacional realiza nesta quinta-feira a primeira reunião sob o governo Lula. Será a primeira reunião com as presenças do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento, Simone Tebet, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Amanhã, terça, Fernando Haddad reúne-se com secretários do ministério em uma espécie de encontro preparatório para o CMN.
A expectativa é que, na pauta do conselho, na quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalize a revisão da meta de inflação deste ano para cima, podendo ser fixada em 3,5%. Atualmente é de 3,25%. Esta é o desejo do PT.
Diante das incertezas que cercam os rumos da política econômica, o gasto com a rolagem da dívida pública deverá dar um salto neste ano. Segundo estimativas do mercado, a previsão é de que a despesa do setor público com o pagamento de juros da dívida chegue a R$ 777 bilhões no ano, recorde histórico.
Caso esse quadro se confirme, serão R$ 190,6 bilhões, ou 32,5% a mais do que o valor despendido em 2022, de R$ 586,4 bilhões. Em termos relativos, a estimativa é de que a despesa com juros aumente de 6% para 7,4% do PIB.
A atual taxa da Selic (atualmente em 13,75% ao ano) consta da pauta da reunião da reunião do Diretório Nacional do PT hoje (segunda-feira) de manhã, como informou a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, na semana passada.
A presidente do PT tem dito que Campos Neto tem imposto “uma política monetária ruinosa para o país, porque impede a retomada do crescimento e da geração de empregos, que são urgentes”, declarou.
Foco de conflito
A equipe econômica identificou outro potencial foco de conflito dentro do governo. Chamou a atenção dos auxiliares dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, anúncio de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, de que vai promover seminário para sugerir ao governo novo arcabouço fiscal.
Mercadante afirmou que o banco vai debater esse assunto em comissão interna, da qual faz parte o economista André Lara Resende. Em seguida, o tema será tema de um seminário. A ideia é entregar uma proposta em março. “O resultado do debate será entregue ao Haddad e a Lula”, disse Mercadante em entrevista ao SBT.