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Doria e Virgílio defendem prévias e pregam ‘desbolsonarização’ do partido

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Em coletiva na tarde desta terça-feira (23/11), os pré-candidatos João Doria (SP) e Arthur Virgílio (AM) afirmaram que as prévias do PSDB serão concluídas até domingo (28). Sem a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, Doria e Virgílio defenderam a eleição interna da sigla e fizeram críticas à “bolsonarização” do partido. 

O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, afirmou que “ninguém vai deter as prévias” e o resultado sairá domingo ainda que tenha “esperneio”. Doria concordou com o colega de partido e disse que domingo é o “prazo limite” para a definição. Depois de um problema no aplicativo de votação, que revelou dados dos cadastrados, as prévias do PSDB foram suspensas.

Com um novo aplicativo e outra empresa de tecnologia para apoiar o processo, os tucanos aguardam um teste para confirmar a nova data da votação. Para Virgílio, as prévias do PSDB precisam ser aperfeiçoadas. O pré-candidato disse que acredita serem normais os conflitos entre candidatos, mas apenas em relação aos programas de governo.

“Eu quero dizer que eu entendo que o PSDB está fazendo um grande esforço para se unir, para acabar com esse jogo menor. O que eu não entendo é alguém estar tentando boicotar uma coisa tão boa para o partido, para a democracia e para o Brasil, como exemplo para os outros partidos como as prévias”, disse. “Acredito que a partir de agora ainda possa haver esperneios, mas não acredito que ninguém mais possa deter a marcha dessas prévias até no máximo domingo (28)”, acrescentou.

Leite pede que seja investigada a possibilidade de fraude na votação. Ele acredita na possibilidade de um ataque de hackers no aplicativo de votação. Querendo amenizar o clima de divisão no partido, Virgílio afirmou que Leite não deve sair do PSDB, independente do resultado das eleições. Segundo ele, o governador sulista é um “tucano com muito potencial” e que preza pela sigla, assim como ele. Leite é filiado ao PSDB desde os 16 anos.

Principal adversário de Leite, Doria disse que as críticas que recebeu fazem “parte da juventude do Eduardo”. “E ele tem o meu perdão. Há um bom aprendizado que a derrota traz. Não me faz ter um julgamento negativo em relação ao Eduardo”, afirmou. Sobre a acusação de compra de votos, o governador de São Paulo disse que não levou o tema em consideração. “Se houvesse isso, o candidato e aqueles que o apoiam teriam formulado da maneira correta para a investigação”, concluiu.

Bolsonarismo no partido

Virgilio também alfinetou parlamentares do partido que se alinham ao governo Bolsonaro. “É muito complicado restaurar um partido se a gente tenta as prévias e elas não dão certo, se a gente tem esse problema de corpos estranhos dentro do partido, de bolsonaristas”, lamentou. “Não tenho nada contra os bolsonaristas, lá fora podem ser o que quiserem, mas aqui dentro não”, disse.

Ele voltou a pedir que a ala bolsonarista da bancada do PSDB deixe o partido. “Vai lá pro PL, do Costa Neto. A gente até faz uma carta dizendo: ‘pega que o rapaz é bom'”. No domingo, Virgílio lamentou o apoio dado a Bolsonaro pela bancada tucana no Congresso e culpou Aécio Neves pelo comportamento do partido. “Nós temos uma bancada que tem se comportado como bolsonarista ao longo das votações mais relevantes”, disse. “Eu considero o PSDB um caminhão carregado de maçãs boas, mas tem uma que está estragando bastante as outras: Aécio Neves”, acrescentou.

Na segunda-feira (22), o deputado federal Aécio Neves encaminhou uma nota à CNN Brasil, rebatendo críticas feitas por Arthur Virgílio. No texto, Aécio classifica o senador como “laranja do Doria”. “Faz muito tempo que o Arthur Virgílio se transformou numa figura pouco relevante no PSDB, onde ninguém o leva muito a sério. Em 2018, já tínhamos visto esse filme, quando, sem qualquer apoio, se declarou candidato contra Alckmin em troca de alguma visibilidade, e, ao final, saiu desferindo ataques violentos ao candidato e ao partido”, disse Aécio. 

Ele também classificou a versão de que quer levar o PSDB para o Centrão como “falsa narrativa”. Segundo ele, foi criada para desqualificar seu apoio a Eduardo Leite. “O que eu e vários companheiros  do PSDB queremos é uma candidatura forte na terceira via que possa aglutinar outras forças da sociedade. E eu, sinceramente, não consigo enxergar no governo Doria esse nome”, afirmou. 


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