Segundo dados da Pnad Covid, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para avaliar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho, os mais atingidos pelo recorde de desemprego registrado no mês de setembro de 2020 foram mulheres, negros, jovens e nordestinos.
A aceleração do desemprego está ligada, segundo o estudo, à redução do auxílio emergencial e à volta à busca de emprego por aqueles que dele dependem. Atingindo justamente os grupos mais historicamente vulneráveis, o desemprego na pandemia deve agravar ainda mais as desigualdades no país.
O desemprego subiu de 13,6% em agosto para 14% em setembro, a maior da série histórica da Pnad Covid, chegando a 13,5 milhões de desempregados. Entre as mulheres, o número chegou a 16,9% em setembro, em comparação aos 11,8% dos homens – em agosto, os números eram, respectivamente, 16.2% e 11,7%, e, em maio (primeiro mês da pesquisa), eram 12,2% e 9,6%.
Já na questão racial, o desemprego atingiu 16,1% entre pretos e pardos em setembro e 11,5% entre brancos – em maio, eram, respectivamente, 12% e 9,2%. No grupo etário, pessoas entre 14 e 29 anos são 23,6% dos desempregados, enquanto aqueles entre 30 e 49 anos são 10,8%, entre 50 e 59 anos são 8,9% e maiores de 60 anos são 7,4%.
No quesito de instrução, o desemprego entre aqueles com ensino superior chegou a 6,6% em setembro (abaixo dos 6,8% registrados no mês anterior), mas aqueles sem instrução ou com ensino fundamental incompleto chegou a 14,6%, ao passo que aqueles com fundamental completo são 18,6% e aqueles com ensino médio completo são 15,8%.
Quanto ao fator regional, o Nordeste chegou à taxa de 16,9% – em agosto foi 15,7% e, em maio, 11,2%. O Norte ficou em 14,8%, seguido pelo Sudeste (14,2%), Centro-Oeste (12,1%) e Sul (9,8%).