A decisão de deputados estaduais do PSL em pedir o impeachment do governador João Doria (PSDB) gerou reações dos tucanos em São Paulo (SP).
Através de uma nota, o Diretório estadual do PSDB criticou o que chama de “absolutamente oportunista a nova tentativa dos deputados alinhados ao bolsonarismo de causar constrangimento ao governador por meio de pedido de impeachment descabido e pautado em informações sabidamente mentirosas”.
O pedido foi protocolado na Assembleia pelos deputados estaduais do PSL Gil Diniz, Douglas Garcia, Valéria Bolsonaro, Frederico D’Avila, Major Mecca, Agente Danilo Balas e Castelo Branco.
Paralelamente à nota do diretório estadual, a líder do PSDB na Assembleia, deputada estadual Carla Morando, repudiou a iniciativa dos deputados do PSL.
Em nota divulgada nas redes sociais, Carla considerou que a ação encabeçada por deputados do PSL “é antidemocrática”.
Este foi o segundo pedido de impeachment contra João Doria protocolado pelo PSL. No início do mês passado, o presidente da Assembleia, Cauê Macris (PSDB), determinou o arquivamento do primeiro pedido.
Além de ser acolhido pelo presidente da Casa, o impeachment, para começar a tramitar, precisa do apoio de 63 dos 94 deputados estaduais, o que é improvável diante da base sólida que Doria tem no Legislativo.
Como Cauê Macris é um fiel aliado de João Doria, é muito remota a possibilidade de Macris acatar um pedido de impeachment contra o governador. Além disso, mesmo que isso venha a ocorrer, há espaço para Doria barrar o processo no plenário.
Hoje, dos 94 deputados estaduais, 54 são fiéis aliados de João Doria. Mesmo que o PSL tenha 15 parlamentares e a oposição contabilize 18 cadeiras, faltam muitos votos para que o impeachment do governador prospere. Além de não haver votos, também não há fato grave que justifique uma medida radical como a abertura do impeachment.
Mesmo que seja remota a possibilidade dos pedidos de impeachment contra João Doria avançar, a iniciativa da ala do PSL ligada ao presidente Jair Bolsonaro atende ao objetivo de mandar recados para Doria, potencial candidato à sucessão presidencial em 2022.