A TV Globo realiza na noite de hoje, quinta-feira (29), às 22h30, o último debate antes da realização do primeiro turno da eleição. Com as pesquisas de intenção de voto apresentando cenário incerto sobre a realização de segundo turno, o debate muda de importância para o ex-presidente Lula (PT) e para Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.
A grande audiência nacional que alcança, o debate é visto como a última grande chance de alterar tendências da disputa. Líder nas pesquisas de intenção de voto, Lula não marcou compromissos ontem nem hoje pela manhã para manter o foco na preparação para o debate.
Além de estudar questões que deve ser obrigado a responder sobre temas como corrupção, o ex-presidente também precisa poupar a voz. Lula vinha reclamando de rouquidão pela quantidade de discursos que fazia na campanha. Para os petistas. o debate é fundamental para as pretensões do ex-presidente de liquidar a disputa no domingo (02/10), no primeiro turno.
Coordenadores da campanha avaliam que Lula não pode repetir o desempenho do debate da Band, em agosto, quando ele não deu resposta convincente ao ser questionado sobre corrupção pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente Jair Bolsonaro, principal adversário do candidato do PT, tem sido aconselhado a manter um comportamento equilibrado durante o debate, como ele fez durante o debate realizado pelo SBT, no último domingo.
Aliados de Bolsonaro consideram o encontro de hoje, momento delicado e, internamente, temem que o candidato à reeleição suba excessivamente o tom dos ataques ou os mire em jornalistas, o que pode custar caro a três dias da votação.
Constrangimento
A disputa acirrada entre as ex-ministras Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas candidatas à única vaga no Senado pelo Distrito Federal, cria constrangimento para o presidente e entre integrantes do governo.
Embora Flávia Arruda, ex-chefe da Secretaria de Governo, seja integrante de seu partido (PL), Bolsonaro não tem trabalhado ativamente para a aliada. O motivo está em família: sua mulher, Michelle Bolsonaro, está engajada em eleger Damares, que foi ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Se as duas começaram a eleição com declarações protocolares de respeito mútuo, o clima degringolou com o acirramento da corrida. Na última pesquisa Ipec, ambas apareceram empatadas com 28%.