Ministro da Economia diz a empresários que teto de gasto foi “mal desenhado” e impede crescimento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou ontem, quarta-feira, o teto de gastos do setor público e disse que ele foi “mal desenhado”, em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro pela manhã. “O governo estava crescendo muito, então botaram teto. Esqueceram de botar as paredes, as reformas. Fácil botar um teto e sair correndo”, afirmou.

“Quando cheguei, já tive que aumentar salário. O piso subindo o tempo inteiro, e eu usando bandeira da austeridade”, disse Guedes. À tarde, em evento da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), voltou ao tema. “O teto é ferramenta para não deixar ocorrer hipertrofia do governo federal”, disse.

Segundo o ministro, os limites impostos pelo teto, assim como demarcam os gastos, também não deixam o Estado diminuir. Guedes disse que caso a União decida vender estatais, ou participações acionárias em empresas – citou o BNDES, que conta com a BNDESPar, sociedade de participações acionárias do banco -, e usar recursos da venda para montar um fundo de erradicação da miséria, por exemplo, “o teto não deixa”.

“O teto é para não deixar o Estado crescer. Se eu quiser diminuir o Estado, vender estatal e doar isso para a população, o teto impede. Evidentemente esse tipo de ajuste tem de ser feito. A filosofia de conter o crescimento do governo a gente mantém”, afirmou.

Previsão de PIB maior

O Ministério da Economia vai elevar a projeção oficial de crescimento do PIB neste ano de 2% para 2,7%, de acordo com funcionários do governo ouvidas pela Folha. Para 2023, a estimativa deve ser mantida em alta de 2,5%.

O anúncio será feito hoje, a menos de 20 dias do primeiro turno das eleições presidenciais, na atualização dos números que embasam o relatório bimestral de receitas e despesas, cuja formulação é exigida pela legislação.

O potencial crescimento do PIB neste ano tem sido usado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes em eventos com empresários. Reiteradas vezes, o ministro disse que o Brasil “está condenado a crescer” e que o mercado financeiro tem subestimado o potencial do país.

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