Antes titulares da cadeira mais importante do Palácio do Buriti, três políticos da capital tentam voltar à vida pública nesta eleição após alguns anos longe do poder. Os ex-governadores José Roberto Arruda (PL), Agnelo Queiroz (PT), Rodrigo Rollemberg (PSB) buscam se eleger deputados federais, cargos que ocuparam em outros momentos.
As coincidências entre eles não param por aí. A vida política dos três é marcada por altos e baixos. Em 2001, o então senador Arruda teve o mandato cassado, voltou à cena no ano seguinte eleito para a Câmara federal e em 2006 alçado a governador. Na mesma eleição, Agnelo, deputado federal e ex-ministro, perdeu a disputa ao Senado e no pleito de 2010 conseguiu chegar ao Buriti. Rollemberg, em 2002, à época deputado distrital, não passou do primeiro turno na disputa ao governo, mas na sequência fez uma escadinha de quatro em quatro anos se elegendo deputado federal, senador e enfim governador. Outro aspecto em comum é o fato de nenhum deles ter conseguido chegar a segundo mandato como governador.
José Roberto Arruda, que governou o DF entre 2007 e 2010, chegou a ser preso, foi cassado e perdeu os direitos políticos na esteira da Operação Caixa de Pandora. Agnelo Queiroz (2011-2014), que sofreu com denúncias de superfaturamento na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014 aliado a má avaliação de sua gestão, foi derrotado na disputa à reeleição já no primeiro turno. Rodrigo Rollemberg (2015-2018), que sofreu com uma crise nas contas públicas e outra de escassez hídrica, perdeu no segundo turno.
Entretanto, dois deles podem não prosseguir na disputa. Agnelo e Arruda enfrentam problemas legais e podem ter as candidaturas indeferidas pela justiça eleitoral. O primeiro teve o nome registrado mesmo em condição de inelegibilidade. Ele aguarda que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue um recurso que possa reverter a situação. A sorte do candidato do PL também depende do Supremo. Ele concorre graças a uma decisão do ministro Kássio Nunes Marques que suspendeu condenações do ex-governador até que a Corte conclua julgamento sobre a retroatividade dos efeitos da nova Lei de Improbidade Administrativa, o que deve ocorrer nos próximos dias. Caso prevaleça o entendimento de que as novas regras não se aplicam a casos anteriores, ele deverá ficar fora do pleito .
Nessa caminhada de volta as batalhas jurídicas representam apenas um dos obstáculos a ser superado. Para quem foi apeado do poder, um outro desafio é a reconquista da confiança do eleitor. Essa tarefa, aparentemente, se mostra mais fácil para Arruda. Mesmo com todo o desgaste, ele ainda preserva uma parcela significativa do seu eleitorado. Com uma boa estrutura de campanha, também fará dobradinha com sua mulher, a deputada e ex-ministra Flávia Arruda, também do PL, que concorre à vaga no Senado Federal. Os outros dois não dispõem da mesma condição e terão que suar mais a camisa.
Mas como eleição não se ganha ou perde antecipadamente, nada está decidido ainda. Resta saber quem vai conseguir repetir o feito anterior e se reerguer mais uma vez.