A alta registrada nos últimos dias no preço internacional do petróleo limita a atuação da Petrobras e seus reflexos na campanha do segundo turno, pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas últimas semanas, o presidente vinha comemorando seguidas reduções de preço por parte da estatal, divulgadas como conquistas do governo.
A campanha paras a eleição do dia 30 deste mês, fechando o processo eleitoral de 2022, turno começa com defasagem entre os preços internos e a paridade de importação — uma baliza em relação aos preços internacionais. Essa diferença hoje é de 8%.
Essa situação dificulta a manutenção da estratégia de cortes a conta-gotas nos preços da gasolina e do diesel e do gás e de outros derivados, como o gás de cozinha e o asfalto. Fontes da Petrobras dizem que há forte pressão do governo para, ao menos, não aumentar os preços.
O governo tem feito pressão sobre a Petrobras para reduzir os preços dos combustíveis em série, nas próximas três semanas, de acordo com fontes ligadas ao alto comando da estatal. A ideia é “força total” por conta da corrida para a disputa presidencial durante o segundo turno das eleições, destacou uma dessas.
Essas fontes lembraram ainda que esse movimento vai ser intenso porque o governo usará o argumento de que vai “entrar” óleo diesel russo no Brasil. No entanto, especialistas dizem que o volume é pequeno se comparado ao total demandado pelo mercado, especialmente quando se inicia o período do plantio da safra agrícola 2022/2023.
As máquinas plantadeiras utilizam motores a óleo diesel. O governo tenta trocar três diretores da empresa para segurar os preços.