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Votação da dívida dos Estados traz riscos para o governo

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A Câmara pode votar hoje o projeto de lei que trata da dívida dos Estados com a União. O texto ainda está sendo negociado entre os líderes partidários, governadores e Poder Executivo.

Será preciso superar alguns problemas. Os governadores do Nordeste estão insatisfeitos com o fato de a proposta não trazer compensações para eles. Os deputados não concordam com a proibição do reajuste salarial para os servidores pelo prazo de dois anos. Em ano eleitoral, o custo político de apoiar a medida é alto. O líder do PSD, Rogério Rosso, apresentou destaque para tentar suprimir esse ponto do texto. Eles defendem a possibilidade de conceder aumento pelo menos até o limite do IPCA.

Portanto, há temas sem acordo, com risco de derrota para o governo durante a análise de destaques e emendas.

A combinação de duas votações importantes para o governo – a dívida dos Estados e a pronúncia do impeachment no Senado – é inconveniente para o Planalto. Não se pode descartar o risco de alguns senadores enviarem mensagens ao Palácio que fragilizem a expressão do placar, embora isso não signifique necessariamente votos contra o impeachment. O esforço dos aliados de Michel Temer é garantir o apoio de mais de 54 votos.

Por isso, alguns deputados defendem o adiamento da votação do projeto sobre a dívida dos Estados para depois da definição do impeachment, de forma que os estados com melhor situação fiscal possam ser atendidos e se permita reajustes salariais dentro da inflação.

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