Transição no PSDB


O envolvimento de Aécio Neves (PSDB-MG) na delação de executivos da JBS, seu afastamento do mandato de senador, decretado pelo Supremo Tribunal Federal, e a prisão de sua irmã, Andrea Neves, inviabilizaram sua continuidade como presidente nacional do PSDB.

Para saber mais sobre a crise política e sobre a delação da JBS contra Temer leia:

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRISE POLÍTICA
TEMER, AÉCIO, DELAÇÃO DA JBS: NÓS VIVEMOS UM WATERGATE POR DIA
TEMPOS ESTRANHOS

Compartilhe no Whatsapp: http://bit.ly/2s3xwb7

A revelação do empresário Joesley Batista de que teria pago R$ 2 milhões ao senador para que ele arcasse com despesas relativas à sua defesa nas investigações da Lava-Jato, abala seriamente não apenas o tucano, mas também o PSDB. Aécio também é acusado pela Procuradoria-Geral da República de fazer articulações para impedir o avanço da Operação Lava-Jato.

Com a fragilização do político mineiro, está em curso a transição no comando nacional do PSDB À frente da sigla desde 2013, Aécio e seu grupo devem perder espaço para o diretório paulista.

Tasso Jereissati, presidente interino

Antes de deixar a presidência da legenda, Aécio tentou deixar o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) em seu lugar. Porém, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em articulação com outros governadores tucanos, como o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), conseguiu emplacar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como presidente interino da sigla.

Além da proximidade com Aécio, Sampaio é visto pelos aliados de Alckmin como representante de uma renovação ainda maior no PSDB, o que poderia ajudar o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), na definição do candidato tucano ao Palácio do Planalto.

Mesmo que Doria seja o nome com maior potencial eleitoral entre os presidenciáveis do PSDB, Geraldo Alckmin sinaliza que não desistirá de ser o candidato da sigla. Com esse objetivo, o governador almeja controlar o comando nacional do PSDB, posto fundamental na definição do nome que representará o partido na próxima disputa presidencial.

Minas x São Paulo

Vive-se uma transição na direção nacional do PSDB. Os tucanos mineiros e seus aliados perderam espaço. Assim, a tendência é que haja uma disputa entre os tucanos paulistas. Aqueles que defendem uma renovação mais acebtuada apostarão em Doria. O grupo mais tradicional, porém, deve se organizar em torno de Alckmin.

Esse embate é mais um desafio interno para o PSDB, que precisará gerenciar ainda o desgaste causado a Aécio Neves. Mesmo que a delação da JBS tenha se concentrado no senador, o desgaste da imagem da sigla é praticamente inevitável.

Nesse ambiente conturbado, a continuidade da aliança com o PMDB para sustentar o governo Michel Temer será outro debate que o partido precisará enfrentar. Diante do agravamento da crise política, há um grupo no PSDB que defende o desembarque da base. Outros, porém, querem aguardar um pouco mais.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais