Temer ganha a 2ª batalha mais importante do pós Dilma


O presidente Michel Temer se impôs mais uma vez na relação com o Legislativo por meio da vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara. Maia teve 285 votos e Rogério Rosso (PSD-DF), 170.

O antigo PFL volta ao comando da Casa 21 anos após a posse do falecido deputado Luís Eduardo Magalhães – forte candidato à sucessão de FHC – no cargo. O fato de a eleição ter sido decidida no segundo turno entre dois aliados foi uma demonstração de força do Palácio do Planalto.

Em seu discurso, Maia elogiou o presidente em exercício por seu desempenho nos três mandatos como presidente da Casa. “Michel Temer nunca cometeu um gesto que o apequenasse”, disse.

Temer exibiu grande capacidade de articulação ao neutralizar movimento do ex-presidente Lula e do PT em favor da candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff que votou contra o impeachment. Castro dificilmente se comportaria como adversário do Planalto, mas não era a melhor opção para o governo neste momento.

A vitória de Rodrigo Maia enfraquece o Centrão, grupo de 12 partidos criado logo após o impeachment (PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL), que alegava agregar mais de 300 votos. A eleição de agora há pouco deixou claro que seu tamanho real é muito menor. O placar sinaliza a dificuldade que Eduardo Cunha terá para evitar sua cassação em plenário.

O líder do governo André Moura (PSC-SE) foi escolha do Centrão, vista como vitória de Cunha e imposição ao presidente Michel Temer. Há rumores sobre uma possível substituição de Moura no cargo, mas é pouco provável que isso aconteça no curto prazo.

Portanto, o futuro do “Centrão” é uma incógnita. Sem a liderança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo, e tendo perdido o comando da Câmara por um placar elevado, o bloco sai esfacelado da disputa.

Apesar da fragmentação de candidatos e de votos, o resultado da eleição não deverá interferir no relacionamento entre Executivo e Legislativo. O governo tem amplas condições de dissipar os conflitos naturais que surgiram durante a disputa.

Mais importante que tudo: Rodrigo Maia é perfeitamente alinhado com a pauta de projetos pró-ajuste fiscal defendida por Michel Temer. Em encontro recente com a Arko Advice, porém, ele rejeitou qualquer possibilidade de aumento de imposto para promover o equilíbrio das contas públicas.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais