Nas vésperas de ser afastada temporariamente pelo Senado (13 de maio) e após ser derrotada por 367 a 144 votos na Câmara, em 17 de abril, a presidente Dilma anunciou no 1º de maio um reajuste de 9% para o Bolsa Família e uma correção de 5% na tabela do Imposto de Renda para 2017. E aproveitou o evento para acusar o vice-presidente Michel Temer de tramar a extinção do Bolsa Família e de outros programas sociais.
O aumento anunciado por Dilma (posteriormente revogado por Temer, já como presidente) vigoraria a partir de julho, mas era, na prática menor. Como anunciou o Ministério do Desenvolvimento Social, então comandado por Tereza Campelo, de apenas 6,5%, pois o piso passaria dos R$ 77 para R$ 82.
Após uma auditoria no programa detectar algumas irregularidades que reduziram para 13,805 milhões o número de famílias beneficiárias, o presidente Temer anunciou hoje aumento de 12,5%. Mas tanto o aumento do piso para R$ 85, quanto a elevação de R$ 154 para R$ 170 o piso da ajuda para as famílias na linha da miséria, significam um reajuste mais modesto, de 10,3%. É bem maior que os 6,5% de Dilma, mas também abaixo dos 12,5% anunciados por Temer.
Nesse concurso para ver quem mais tenta adular os eleitores do Nordeste, onde estão 50,6% das famílias beneficiárias do Bolsa Família (6,966 milhões) e são pagos 52,15% dos benefícios mensais (R$ 1,167 bilhão, para um gasto nacional mensal de R$ 2,213 bilhões do programa antes do reajuste) me espanta é o erro da imprensa.
Ninguém faz contas para ver que tanto Dilma quanto Temer estão iludindo o povão além da conta.