Foi de uma precisão cirúrgica o discurso do novo presidente da República, Michel Temer, sobre as relações do governo federal com o Congresso. Diferente da inábil presidente afastada Dilma Rousseff, Temer pretende negociar os projetos com os parlamentares antes de levá-los à votação. Nesta quinta-feira (12), ao assumir após o impeachment de Dilma ser aprovado no Senado, Temer defendeu a harmonia entre os Poderes. O recado foi bem recebido no Congresso. No fundo, Temer pede autorização para tocar propostas que retomem o crescimento econômico, ainda que tenha algo nível de desgaste político.
Líderes de Temer
Com a transferência de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para o Ministério do Esporte, a bancada peemedebista na Câmara deve escolher o deputado federal Baleia Rossi (PMDB-SP) como líder do partido. Baleia é muito próximo de Michel Temer. Para líder do governo, especula-se o nome de André Moura (PSC-SE).
Terrorismo
Em uma tática terrorista, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República comunicou as agências de publicidade que cortarão os contratos com o governo federal. O recado foi enviado na quarta-feira (11), enquanto o Senado apreciava a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma – aprovada com 54 votos favoráveis. Equipes deixaram o governo antes do resultado.
Tucanos se bicam
Engana-se quem pensa que o clima esfriou na bancada tucana. Na posse dos ministros do governo Michel Temer, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), chegou ao Palácio do Planalto rodeado de parlamentares do partido, especialmente da Câmara. Os deputados pareciam segurança do ex-governador de Minas Gerais. Passados quinze minutos, o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), chegou solitariamente. Aécio teme fortalecimento de Serra, que poderia cacifá-lo à eleição presidencial de 2018.
Perdeu a consciência
A definição da presidência da Câmara promete dificultar o início do governo Temer. Mas os partidos aliados acredita em resolução rápida da crise. Para o deputado Augusto Coutinho (SD-PE), Waldir Maranhão (PP-MA) “está perdido, sem saber o que fazer”. Segundo Coutinho, quando o vice-presidente da Câmara retomar a consciência, ele renunciará.