Passado o primeiro turno da eleição municipal, que representou derrota para o PT, chegou a hora de voltar as atenções para a pauta econômica proposta pelo presidente Michel Temer. De acordo com o líder tucano no Senado, Paulo Bauer (PSDB-SC), o Congresso lutará contra o relógio, mas ele destaca a vontade política para reequilibrar as finanças públicas do Brasil. “Quando há vontade política, a gente consegue votar com mais rapidez”, disse em entrevista ao blog.
De acordo com o tucano, a crise com o PMDB, ocasionada por causa do fatiamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, foi superada. O PSDB, segundo ele, “tem um compromisso mais amplo e mais generalizado”.
Ainda há tempo para votar as reformas econômicas?
É realmente um período muito curto, mas quando há vontade política a gente consegue votar com mais rapidez. Temos que considerar, no entanto, que a oposição vai se posicionar sempre com restrição, com objeções, com dificuldades para retardar ao máximo essas votações. A nova oposição quer que o governo Michel Temer não tenha sucesso.
O que fazer para superar a oposição?
Vamos ter que nos preparar e ter quórum suficiente para essas votações. Acho que a gente consegue votar muita coisa. Se a Reforma da Previdência não for totalmente votada até dezembro, pelo menos ela poderá ter caminhado muito, para concluirmos no início de 2017.
Quais são as pautas prioritárias?
A PEC do limite dos gastos, porque ela impacta no Orçamento, o pacote de privatizações, as PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), e a Reforma da Previdência.
Passadas as eleições, podemos dizer que acabou a crise com
o PMDB, que ocorreu no fatiamento do impeachment de Dilma Rousseff?
O PMDB tem uma forma de fazer política e uma forma de participar do processo democrático diferente dos outros partidos que, em muitos casos, até nasceram do próprio PMDB, como é o caso do PSDB. A condição política do PMDB permite e admite esse tipo de situação.
Vida que segue?
A gente não pode censurá-lo e nem criticá-lo. O PMDB é um partido que está presente em todo o país, tem vários perfis de várias lideranças expressivas e, por isso mesmo, devemos entender que o presidente Temer precisa obviamente ter com o partido dele um diálogo positivo e produtivo que envolva todos nesse processo.
Como fica a relação com o PSDB?
O PSDB tem um compromisso mais amplo e mais generalizado. Não vamos questionar o PMDB porque eventualmente existe uma questão que está presente em um Estado ou que está na substituição de um ministro ou falta de quórum de uma votação de uma matéria específica no Congresso. Não podemos ter esse tipo de relação com o governo que fique colocando todos esses aspectos na balança.