Paraná 2018: Disputa pelo Palácio Iguaçu começa indefinida


A pesquisa sobre a disputa pelo Palácio Iguaçu mostra um cenário de indefinição. Mesmo que o atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), não possa disputar um novo mandato em 2018, e tenha uma gestão mal avaliada—segundo o instituto Paraná, a gestão Richa é avaliada negativamente (ruim/péssima) por 44,4% dos entrevistados. 31,9% tem uma opinião regular sobre o governo, enquanto a avaliação positiva (ótimo/bom) contabiliza 22,5%—, seu secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior (PSD), aparece bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto.

Porém, por outro lado, conforme podemos observar na tabela abaixo, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) encontra dificuldades. No melhor cenário, Cida teria apenas 7,3% das intenções de voto.

Nos dois primeiros cenários, com as presenças do secretário estadual Ratinho Junior (PSD), do senador Roberto Requião (PMDB) e do ex-senador Osmar Dias (PDT), há bastante equilíbrio. Ratinho aparece numericamente à frente, com Requião e Osmar estando tecnicamente empatados em segundo lugar.

Sem a presença de Roberto Requião (cenário três), hipótese que poderá ocorrer caso o peemedebista opte por disputar à reeleição ao Senado Federal, há um empate técnico na liderança entre Ratinho Júnior e Osmar Dias. Ou seja, com Requião ausente, seus votos migram majoritariamente para Osmar.

Quando Osmar Dias não aparece na disputa (cenário quarto), a liderança fica com Ratinho Junior. Porém, Requião cresce e figura isoladamente na segunda posição.

Nota-se que assim como a vice-governadora Cida Borghetti, o pré-candidato do PT, deputado federal Ênio Verri, também tem baixa densidade eleitoral.

Mesmo com a aproximação ao governo Beto Richa, Ratinho Junior consegue surfar na onda da “anti-política” e se beneficiar do atual cenário. Outro fator que o beneficia é sua baixa rejeição (19,7%). O mais rejeitado é Roberto Requião (39,7%), seguido por Cida Borghetti (31,6%) e Osmar Dias (14,7%).

Ou seja, mesmo que Requião preserve um capital político para levá-lo ao segundo turno, a elevada rejeição é um obstáculo. Hoje, o adversário mais forte para Ratinho Junior seria Osmar Dias. Porém, dado o ambiente em favor de renovação na política, Ratinho poderá levar vantagem.

Senado: Posição de Dallagnol na pesquisa surpreende

A elevada rejeição de Roberto Requião na disputa pelo Palácio Iguaçu poderá levá-lo a optar pela reeleição ao Senado. Com um eleitor cativo (cerca de 1/3), Requião lidera a simulação da eleição para senador. Chama atenção a boa posição do procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, mostrando mais uma vez o espaço disponível para nomes da “anti-política” no tabuleiro. Em terceiro lugar está o atual governador Beto Richa (PSDB), seguido pelo deputado federal Rubens Bueno (PPS). O ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT) tem baixa densidade eleitoral.

Como Dallagnol não deve ser candidato, pois ainda não demonstra interesse em entrar para política, Requião, Richa e Bueno estariam hoje na disputa pelas duas vagas disponíveis ao Senado. Porém, se Dallagnol entrar na disputa, as chances de Richa e Bueno elegerem-se senadores diminuirá.

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