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Olimpíada política: a real e a ideal

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Os jogos Olímpicos foram criados pelos gregos para homenagear os deuses por volta de 2500 a.C. Em 776 a.C. os Jogos Olímpicos ocorreram de forma organizada na cidade de Olímpia com a participação de atletas de várias cidades e estados. Além da religiosidade, os gregos buscavam nesses eventos a harmonia e a paz entre as cidades que compunham a civilização grega.

Os Jogos Olímpicos da Era Moderna foram realizados, pela primeira vez, em 1896, na cidade de Atenas, com a participação de 285 atletas de 14 países. O principal objetivo era promover a paz e a amizade entre os povos. Recentemente, devido a visibilidade na mídia, várias Olímpiadas serviram de palco de manifestações políticas. Nas Olímpiadas de Berlim (1936), Hitler, movido pela ideia da superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens que ganhou 04 medalhas de ouro. Em Munique (1972), um atentado terrorista matou 11 atletas da delegação de Israel. Em plena Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram a Olímpiada de Moscou (1980) em protesto a invasão do Afeganistão. Em 1984, a União Soviética não participou das Olímpiadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação soviética.

Tradicionalmente, o espírito olímpico é associado a valores altamente positivos, como harmonia, excelência, superação pessoal e a busca de uma maior união entre os povos através do esporte. Por outro lado as Olimpíadas podem ser consideradas como espaço político de grande visibilidade. Coincidência ou não, os Jogos Olímpicos Rio 2016 acontecerão justamente em meio de uma crise institucional e política. Nesse contexto, podemos considerar o atual embate de dezenas de partidos políticos brasileiros como uma disputa digna de ser chamada de Olímpiada Política.

Revisitando a atuação nas últimas décadas dos homens públicos, sobretudo dos políticos, temos que responsabiliza-los, pelo menos a maioria deles, como construtores de um ambiente de imoralidade onde o interesse coletivo é superado pelo interesse individual, de empresas e de corporações. Os rombos nos cofres públicos trazem grandes prejuízos em áreas estratégicas como da educação e saúde. Testemunhamos políticas equivocadas como as que dificultam o acesso ao seguro desemprego em plena crise econômica. Sinais indicam que os trabalhadores provavelmente sofreram um duro golpe nos seus direitos.

Nessa Olímpiada Política do Mal, a grande maioria dos partidos, despidos de qualquer espírito público, ocuparão o pódio, aplaudidos por uma elite perversa e que pouco contribuem para uma utópica justiça social. Essa Olímpiada não deixará saudades e a chama de sua tocha olímpica felizmente se transformará em fumaça que evitaremos respirar.

Política ideal

Podemos, porém, imaginar em um futuro não tão distante uma Olímpiada Política do Bem. Podemos começar a organiza-la a partir de presente crise que abre oportunidades para uma radical transformação. Os partidos políticos terão bandeiras sociais e de soberania e serão admirados pela população legitimando a nossa política. Eles serão imunes ao oportunismo e a corrupção. Essa inflexão deve necessariamente passar por uma revolução na educação para que cada criança e jovem brasileiro possa ser na idade adulta um verdadeiro cidadão.

Esse novo cidadão não somente dominará as letras e os números e ter uma profissão que lhe proporcione uma vida digna. Ele será também equipado com sólidos princípios de valores e virtudes. Será um ser amoroso, solidário, ético e sobretudo pensante, analisando de forma crítica os fatos do cotidiano. Esse será o eleitor que elegerá os governantes do futuro que admiraremos pelo seu espírito público pois serão também frutos dessa revolução. Essa nova geração construirá uma verdadeira justiça social e transformará o Brasil em uma nação de todos onde todos os brasileiros poderão transformar os   seus sonhos em realidades. Vamos sepultar esse Brasil injusto e relembrar o pensamento de Thomas Jefferson: “Gosto mais dos sonhos do futuro do que a história do passado”.

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