O dia seguinte da lista do Fachin


Brasília pós revelação da lista completa dos pedidos de inquérito autorizados pelo relator da lava-Jato, ministro Edson Fachin. Estática. Na expectativa dos próximos capítulos desta odisseia que se tonou a Lava-Jato e todos os seus desdobramentos.

Hoje, Fachin, levantou o sigilo do videos das delações dos executivos da empreiteira Odebrecht. A secretaria de Comunicação do STF, entregou à imprensa HDs contendo parte dos vídeos. Veja parte da gravação do depoimento de Marcelo Odebrecht divulgado pelo Estadão.

As reações à divulgação da lista e dos vídeos foram as mais diversas. O senador Romero Jucá disse que o que ocorreu foi uma “calúnia coletiva contra políticos”.

“Criou-se contra a classe política uma acusação geral. Então, existe uma calúnia coletiva em muitas situações. A única forma de transformar essa calúnia em verdade ou mentira é investigar. Se não investigar, não tem como discernir o que é verdade e o que é mentira. Eu defendo a investigação rápida”, disse Jucá.

Já o deputado Paulo Pereira da Silva ironizou dizendo que “quem não apareceu (na lista) está sendo considerado desprestigiado”, afirmou o político que supostamente tinha o apelido de “Forte” no sistema do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

O outro lado

No Estadão abriu-se o espaço para o direito de resposta dos envolvidos, alguns responderam pessoalmente, outros por meio de advogados ou assessorias de imprensa. A grande maioria disse estar aguardando o acesso ao conteúdo completo das delações.

Senador Aécio Neves

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), político com o maior número de inquéritos a serem abertos, disse considerar importante o fim do sigilo do conteúdo das delações premiadas dos ex-executivos da Odebrecht. Na nota, o tucano diz que ele pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a quebra dos sigilos e que agora “será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta”.

Governador Geraldo Alckmin

“Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei.”

Senador Romero Jucá

“Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas”

Senador Lindbergh Farias

“Mais uma vez confiarei que as investigações irão esclarecer os fatos e, assim como das outras vezes, estou convicto que o arquivamento será único desfecho possível para esse processo, novamente justiça será feita”, segundo nota enviada pela assessoria do senador.

Quem são os 98

A Folha também criou uma lista dinâmica com filtros por cargo e síntese das acusações e respostas.

Todos os presidentes

Fato relevado em diversas coberturas foi que todos os ex-presidentes ainda vivos, desde a redemocratização do país, foram citados nas delações da Odebrecht revelando o caráter sistêmico da corrupção na política nacional. Os pedidos relacionados a Dilma, Lula, FHC e Sarney –que não têm mais foro no STF (Supremo Tribunal Federal)– foram encaminhados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, a instâncias inferiores. No caso de Collor, Fachin decidiu pela abertura de inquérito já que o parlamentar mantém foro no Supremo por ser senador. O atual presidente Michel Temer, também foi citado, mas não será investigado por gozar de “imunidade temporária” enquanto ocupa cargo de presidente, e não pode ser investigado por atos estranhos ao mandato.

Vida que segue

O presidente Temer disse, em dois eventos oficiais hoje, que deixará o “Judiciário agir” e que “nada” poderá parar o governo, indicando que deseja seguir com a agenda das reformas.

“Avançamos muito, temos que avançar mais. O governo não pode parar. E aqui mais uma vez revelo aquilo que é uma trivialidade, mas que deve ser repetido com ênfase: às vezes, os conceitos mais singelos da administração pública são esquecidos. Então, digamos assim, o Executivo executa, o Legislativo legisla e o Judiciário julga. E cada um vai exercendo suas funções. Nada deverá paralisar a atuação governamental.” – disse o presidente.

Com informações da Folha, O Globo e Estadão.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais