Por meio de nota de sua assessoria de imprensa e de um vídeo divulgado nas redes sociais, o Presidente da República, Michel Temer respondeu às informações contidas na delação de Márcio Faria. O ex-dirigente da Odebrecht, afirmou ter participado de uma reunião comandada por Temer na qual teria sido discutida a “compra do PMDB” por US$ 40 milhões. Veja o vídeo de Temer:
(AI) Presidente Temer: “Não tenho medo de fatos. O que me causa repulsa é a mentira.” pic.twitter.com/CaXD6vc8s4
— Michel Temer (@MichelTemer) 13 de abril de 2017
Veja a nota completa:
“O presidente Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria. A narrativa divulgada hoje não corresponde aos fatos e está baseada em uma mentira absoluta. Nunca aconteceu encontro em que estivesse presente o ex-presidente da Câmara, Henrique Alves, com tais participantes.
O que realmente ocorreu foi que, em 2010, na cidade de São Paulo, Faria foi levado ao presidente pelo então deputado Eduardo Cunha. A conversa, rápida e superficial, não versou sobre valores ou contratos na Petrobras. E isso já foi esclarecido anteriormente, quando da divulgação dessa suposta reunião.
O presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos. Nunca atuou em defesa de interesses particulares na Petrobras, nem defendeu pagamento de valores indevidos a terceiros.”
Os próximos passos
Infografia de Lucas Tófoli Lopes, da Folha, explica visualmente o que já aconteceu e o que vai acontecer com a lista de Fachin:
Temer, FHC e Lula
Muito antes dos vazamentos da lista de Janot, em novembro de 2016, quando a Lava Jato deu provas de estar se aproximando do alto escalão, emissários começaram a costurar um acordo entre dois ex-presidentes e o atual chefe da República. O objetivo era que Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (PMDB) liderassem um pacto para a classe política, fragilizada pelo avanço das investigações.
A Folha apurou informações de que segundo os três convergem sobre a instabilidade política que vem sendo causada pelas denúncias da Lava-Jato. Instabilidade que pode abrir espaço, nas eleições de 2018, para um candidato aventureiro que assumiria sem governabilidade e paralisaria novamente o país. O acordo de bastidores passaria pela manutenção de Temer até 2018 e a realização de eleições diretas, em outubro do ano que vem, com a participação de Lula.
No Congresso, a tentativa de preservar algum poder dos grandes partidos e “tranquilizar” as eleições de 2018 está na aprovação da cláusula de barreira para partidos e o fim das coligações proporcionais.
Com informações da Folha e G1.