O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará o primeiro teste de suas chances para 2018 nos próximos dias, ao participar da campanha para governador do Amazonas. Ele subirá ao palanque para apoiar o deputado estadual do seu partido, José Ricardo, quarto colocado nas pesquisas.
Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o então governador José Melo por denúncia de corrupção e marcou eleição direta para completar o mandato. Os ex-governadores Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB) – atual senador – saíram na frente, seguidos da deputada federal Rebecca Garcia (PP) e do petista José Ricardo.
O PT não tem eleitores no estado, mas Lula, sim, tendo ganho dois mandatos (2010/2006) e repetido o feito com Dilma Rousseff. No estado, o partido que recebeu os votos de seu prestígio foi o PMDB, de Eduardo Braga, que poderá repetir o feito agora num acordo para o segundo turno.
A força de Lula se mantém viva neste momento graças à aprovação de lei que enfraquece a Zona Franca de Manaus com apoio do governo Temer.
Depois da campanha no Amazonas, o ex-presidente fará uma série de viagens pelo Nordeste, no final de agosto, com o objetivo de fortalecer sua pré-candidatura e defender-se da condenação em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro. Começará pela Bahia, onde o PT tem a maior votação no Nordeste, com paradas em Salvador e no Recôncavo Baiano, e terminará no Maranhão, um mês depois.
Lula escolheu a região onde tem seus mais altos índices de popularidade como segunda escala da divulgação de sua pré-candidatura.
Trata-se de uma aposta para barrar os cenários imaginados pela oposição: tentativa de inviabilizar totalmente a candidatura do ex-presidente, com a sua condenação em segunda instância, e manutenção da campanha sub judice, criando dificuldades para a chapa do ex-presidente construir alianças.