No campo do centro-direita, a vantagem nas intenções de voto hoje está com Bolsonaro. Porém, esse cenário não está consolidado, pois nomes como Geraldo Alckmin e João Doria possuem potencial de crescimento. Além disso, podemos ter a candidatura de Henrique Meirelles, que disputaria a mesma fatia do eleitorado que Bolsonaro, Alckmin e Doria.
“Não voto” supera 40%
Nota-se também na hipótese sem Lula que o nome alternativo ao ex-presidente como candidato do PT (Fernando Haddad) apresenta sérias dificuldades de potencial eleitoral. Como a diferença da intenção de voto em Lula (25% a 30%) para Haddad (4%) é muito elevada, conclui-se que o voto no ex-presidente é de difícil transferência para outra alternativa do PT.
Nessa circunstância também podemos observar um crescimento significativo do chamado “não voto” (brancos, nulos e indecisos), que supera os 40%. Novamente Joaquim Barbosa aparece com um índice interessante de intenção de voto, o que o coloca como peça importante para uma eventual composição.
Pelo que podemos observar nos dois cenários possíveis para a sucessão de 2018, teremos uma eleição com um grau de imprevisibilidade muito alto.
À espera do Judiciário
A redução dessa incerteza no quadro sucessório não depende apenas da política, mas também do Judiciário. Apesar de desgastado pela Lava-Jato, Lula lidera as intenções de voto. Como consequência, o PT e as demais forças políticas aguardarão os desdobramentos da questão jurídica envolvendo o ex-presidente para se definir.
Enquanto essa questão não for resolvida ou, pelo menos, se tornar mais clara, as demais candidaturas continuarão em compasso de espera. E não é apenas no PT que há indefinições. No PSDB, por exemplo, Geraldo Alckmin e João Doria, que apresentam praticamente o mesmo potencial eleitoral nas pesquisas, devem travar uma acirrada disputa. Esse embate, dependendo de como for gerenciado pelos tucanos, poderá culminar com a saída de Doria do partido para disputar o Palácio do Planalto por outra legenda.
A espera da definição sobre o rumo da candidatura Lula também impacta Marina Silva e Ciro Gomes, pois sem o ex-presidente no páreo, crescem as chances de um dos dois chegar ao segundo turno. Jair Bolsonaro, Joaquim Barbosa, Ayres Britto e Henrique Meirelles, nomes cotados como pré-candidatos, também aguardam a definição do futuro de Lula (e do PT) para realizar movimentos mais concretos.
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