Os candidatos competitivos à prefeitura de São Paulo (SP) definiram seus parceiros de chapa e também as coligações para a disputa. A escolha dos nomes a vice-prefeito objetivou contemplar aliados, dar a chapa uma amplitude no sentido de dialogar com determinados segmentos ou oferecer respostas a determinadas fraquezas dos candidatos a prefeito.
O atual prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), apostou em Gabriel Chalita (PDT), ex-secretário municipal de Educação, como seu vice. A escolha de Chalita, um nome que já passou por PSDB e PMDB, e, portanto, tem trânsito junto ao eleitorado mais conservador, busca dar a Haddad uma penetração no eleitorado que não é petista, segmento em que o atual prefeito enfrenta grandes dificuldades.
A deputada federal e ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL) terá o também deputado federal Ivan Valente (PSOL) como parceiro de chapa. A escolha de Valente não amplia o diálogo da coligação, mas atende ao objetivo pretendido pelo PSOL de realizar um discurso mais à esquerda, tentando trazer para o lado de Erundina a parcela do eleitorado de esquerda que se desiludiu com o PT.
O movimento mais ousado no tabuleiro em termos de composição dos candidatos a prefeito e vice foi realizado pelo PMDB. A senadora Marta Suplicy (PMDB), que possui um importante recall na periferia da capital paulista e também junto ao eleitorado de centro-esquerda, escolheu o vereador Andrea Matarazzo (PSD), que até recentemente era filiado ao PSDB e muito próximo ao chanceler José Serra (PSDB), como vice. A aliança entre uma ex-petista (Marta) e um ex-tucano (Matarazzo), posiciona a candidatura do PMDB no centro do tabuleiro. Se por um lado, Marta tem trânsito na periferia e junto ao eleitorado de centro-esquerda, Matarazzo, por outro, dialoga com o segmento mais conservador, anti-petista e mais concentrado na elite paulistana.
O empresário João Doria Júnior (PSDB), o candidato do governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), na disputa, embora tenha uma mega aliança, composta por 12 partidos, escolheu o deputado federal Bruno Covas (PSDB) como seu vice. A definição pela chapa-pura decorre da necessidade que Doria e Alckmin possuem de unificar o PSDB, que está rachado desde a prévias em que Doria derrotou Matarazzo. Ao optar por Bruno Covas, neto do falecido ex-governador Mário Covas, Doria pretende fazer uma sinalização aos tucanos históricos que ainda rejeitam sua candidatura.
O deputado federal Celso Russomanno (PRB) optou por uma chapa de centro-direita ao escolher Marlene Campos Machado (PTB), esposa do deputado estadual Campos Machado (PTB), como sua vice. Russomanno e o PRB são ligados à Igreja Universal do Reino de Deus e possuem bom trânsito junto ao eleitorado de baixa renda e escolaridade. Essa mesma faixa de renda e escolaridade é onde o PTB transita com facilidade. A estratégia de Russomanno é apostar no diálogo com o eleitorado conservador para se garantir no segundo turno.
Mesmo correndo o risco de ter sua candidatura barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Celso Russomanno (PRB) inicia a campanha como favorito. Segundo as pesquisas, Russomanno estaria hoje no segundo turno. Porém, o candidato do PRB será fortemente ameaçado pelo João Doria Júnior (PSDB) e também por Marta Suplicy (PMDB), que após a aliança com Matarazzo, passou a ter trânsito também junto ao eleitorado conservador.
A tendência é que Russomanno e Doria disputem uma vaga no segundo turno. No campo da centro-esquerda, Marta larga em vantagem no embate contra Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) pela outra vaga disponível no segundo turno.