A crise política não tem apresentado reflexo negativo na base de apoio do governo do presidente Michel Temer na Câmara. É o que revela o mais recente levantamento da Arko Advice sobre o apoio aos projetos de interesse do governo.
O apoio ao governo verificado em outubro foi de 55,47%. Em novembro, esse índice passou para 56,75%. Ou seja, os desgastes políticos recentes – episódio Geddel Vieira Lima, manifestações, fraco desempenho da economia –, por mais que tenham gerado repercussões negativas entre a opinião pública, não foram suficientes para ameaçar a sólida maioria que o Planalto tem no Congresso. Com apenas nove votações de interesse do governo, novembro foi o segundo mês menos produtivo na Câmara. Em julho, houve somente cinco. Mas em todas elas o governo saiu vitorioso.
Dezembro positivo para o Governo
Em dezembro o resultado também é positivo. Mesmo com o vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, o Planalto conseguiu aprovar no Senado a PEC 55, do Teto dos Gastos públicos. Conseguiu também a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) da admissibilidade da proposta de Reforma da Previdência. A vitória foi apertada devido ao caráter polêmico e à abrangência do texto proposto pelo Planalto. Temer e sua equipe terão bastante trabalho na articulação da reforma, considerada um crucial para as medidas necessárias ao país. O projeto que visa modificar as regras de contribuição, cálculo e idade mínima para aposentadoria é a pauta mais importante do primeiro semestre de 2017. A criação da comissão especial que analisará o mérito da proposta, segundo passo da tramitação, ficou para fevereiro de 2017.