O próximo evento da Operação Lava-Jato será o mais importante de todos: a entrega, no dia 20, por parte da defesa, das alegações finais ao juiz federal Sergio Moro relativas ao processo do triplex de propriedade atribuída ao ex-presidente Lula, no Guarujá. Mesmo que Moro o condene, ele poderá recorrer da sentença em liberdade.
Outro acontecimento determinante será a disposição do ex-ministro Antonio Palocci para fazer delação premiada. A medida que tal possibilidade se torna real, cresce a apreensão no mercado financeiro, pois algumas instituições poderiam ser gravemente afetadas. Especula-se que o noticiário deverá ser dominando por esse tema nos próximos dias, virando a pauta da Lava-Jato.
A delação da JBS estremeceu o mundo político sem fazer parte da Lava-Jato, cuja programação obedece calendário orientado por uma campanha anticorrupção comandada pelo marketing da força-tarefa do juiz Moro. Fazem parte da lista ainda a OAS e a Andrade Gutierrez.
Mais luz que calor
A entrevista de Joesley Batista à revista Época traz mais luz do que calor ao ambiente político. Nenhuma nova revelação concreta é apresentada. Nenhum detalhe é revelado. Apenas se confirma o que já havia sido dito sem maiores informações. Nem mesmo a promessa de novas gravações é feita.
O estardalhaço fica por conta da afirmação de que Temer é o chefe de uma organização criminosa. Qual a consequência da entrevista? Seguramente dar embalo à denúncia que a Procuradoria-Geral da República deverá apresentar ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente. Trechos da entrevista podem ser usados na denúncia como que para referendar as acusações.