A delação de Palocci


O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma Antonio Palocci já estaria em uma etapa avançada de sua delação, segundo se especula no mercado. Ele pode apresentar forte munição contra Lula, o setor financeiro e grupos de mídia. As declarações do petista incluem bancos, setores automotivo e sucroalcooleiro e relações suspeitas de empresas com a Receita Federal. O Correio Braziliense publicou na sexta-feira (2) que até o momento Palocci já apresentou 12 anexos em sua delação.

Contra o sistema financeiro, indústria e comércio

Palocci tem munição contra representantes do setor automotivo. Durante os governos do PT, sobretudo os anos de Lula no Planalto, o setor foi muito beneficiado por desonerações de impostos como uma maneira de impulsionar o consumo interno e permitir que o país superasse a crise econômica de 2008.

A delação de Palocci, segundo fontes que acompanham as discussões até o momento, também apontam benefícios tributários para empresas do setor sucroalcooleiro. Ao longo dos dez últimos anos, eles foram estimulados em programas de aumento de produção de álcool no composto da gasolina, nos projetos para retomada da produção de etanol e no reembolso do valor do imposto equivalente às exportações do setor.

Palocci também pode falar sobre negociações conduzidas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), alvo das ações do Ministério Público e da Polícia Federal dentro da Operação Zelotes. Ainda há informações de que o ex-ministro detalhou ações suspeitas conduzidas pela Receita Federal em relação a uma empresa indiana do setor de cigarros.

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