O boletim Focus, produzido pelo Banco Central (BC) toda semana, com base em economistas do mercado financeiro, passou por mais um ajuste. Pela primeira vez, indicou que a inflação do ano que vem deve ficar acima do teto da meta do governo, que é 6,5%.
Segundo o relatório, divulgado hoje (23), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve fechar este ano em 10,33%. A elevação foi a décima seguida. Na semana passada, a expectativa era de uma taxa de 10,04%.
De acordo com a Agência O Globo, para 2016, os analistas elevaram a perspectiva de 6,50% para 6,64%. Com a 16ª alta consecutiva, os dados da pesquisa indicam pela primeira vez que a inflação também ficará acima do tolerado pelo governo em 2016. A meta oficial de inflação é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo. Em caso de descumprimento da meta, o BC é obrigado a fazer explicações públicas.
O cenário de inflação mais pesada veio mesmo com os economistas consultados piorando suas projeções para a taxa básica de juros. De acordo com a pesquisa divulgada nesta segunda-feira, a expectativa para a Selic no final de 2016 subiu a 13,75%, sobre 13,25% na semana anterior.
Entretanto, não houve alterações na perspectiva de que a taxa será mantida nos atuais 14,25% na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a última do ano. A taxa está estável há 17 semanas.
A cotação prevista para o dólar foi levemente reduzida, passando de R$ 3,96 para R$ 3,95. Foi a segunda baixa consecutiva. Já a perspectiva para o valor da moeda americana fica estável em R$ 4,20 pela quarta semana.