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Para o economista Claudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B, especialista em infraestrutura, o volume de investimento nessa área, no Brasil, deve voltar a superar o percentual de 2% do PIB este ano. Ele calcula que, em valores nominais,esses aportes podem representar um aumento de R$ 25 bilhões. Nos últimos anos, devido à lenta recuperação da economia, após forte recessão,o índice ficou abaixo desse nível.
Pela sua estimativa, 2019 registrou aumento de R$ 7,3 bilhões sobre o total ocorrido no ano anterior. Mas o economista diz que o número previsto para 2020 ainda será tímido. “Precisamos investir 4,2% do PIB durante 20 anos seguidos. Estamos muito aquém disso.” No início da década de 1980 esse estoque estava em 58%.
Frischtak disse que a maior parte dos aportes sairá do setor privado, dada a escassez de recursos dos governos federal, estaduais e municipais. Nos últimos anos, o investimento privado tem sido de cerca de 60% do total. Desde 2016 o saldo da participação dessas três esferas públicas é predominantemente negativo.Houve exceção nos últimos trimestres de 2016 e de 2018. Isso quer dizer que os novos aportes em obras e projetos não cobriram nem a depreciação do estoque de capital.
Em 2020, entre os fatores que devem incentivar o investimento em infraestrutura, Frischtak cita a recuperação cíclica da economia, que tem elevado a confiança dos empresários e sua intenção de investir, a redução do custo de capital via queda de juros e a consequente ampliação do crédito de longo prazo por meio do mercado de capitais.
Para especialistas, a área de maior destaque este ano será a de logística, em especial no que tange ao programa de concessões rodoviárias. Haverá também avanço em ferrovias, além da concessão de novos blocos de aeroportos, alguns deles com peso regional, como os de Curitiba, Manaus e Belém. |
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